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Foi divulgado nas redes sociais um vídeo de António Costa a ter uma conversa privada com os jornalistas do Expresso, na sequência da entrevista publicada este sábado pelo semanário, que parece mostrar o primeiro-ministro a referir-se a “gajos cobardes” relativamente ao caso do lar de Reguengos de Monsaraz.
“É que o presidente da ARS mandou para lá os médicos fazerem o que lhes competia. E os gajos, cobardes, não fizeram”, pode ver-se António Costa a dizer aos jornalistas do semanário, sem que se conheça o contexto da conversa ou o que disse o primeiro-ministro antes ou depois dessa frase.
Em comunicado, o Sindicato Independente dos Médicos declarou “lamentar, reprovar e repudiar em absoluto” as palavras do primeiro-ministro, frisando que “os doentes têm direie Antados de saúde de qualidade” e que “os médicos têm direito a exigir condições técnicas de exercício para poderem cumprir com as leges artis, tendo direito também ao cumprimento da Lei por parte da entidade empregadora”.
O Sindicato dos Médicos Independentes refere que, desde cedo, “alertou também para as parcas condições sanitárias e a falta de segurança na realização dos atos médicos necessários”, referindo-se ao caso do lar em Reguengos. “Foi o SIM que em 2 de julho de 2020 sugeriu ao Governo a colaboração das Forças Armadas. Foi o SIM que alertou para a necessidade de a Segurança Social exercer as suas competências e assumir as suas responsabilidades com os lares.”
Francisco Rodrigues dos Santos, presidente do CDS, reagiu ao vídeo divulgado nas redes sociais, afirmando que António Costa deve “retratar-se publicamente e retirar imediatamente o ataque feroz que desferiu à classe profissional que os portugueses mais contam para vencer esta pandemia”.
Já André Ventura, do Chega, reagiu através do Twitter, numa publicação onde escreve que “António Costa ultrapassou, desta vez, todos os limites”. “Dificilmente tem condições para se manter no cargo. Marcelo tem de intervir ou será o Presidente mais cúmplice da história democrática”, lê-se ainda na respetiva intervenção.
“Sempre que há tragédias o Governo nada sabe. Sempre que há tragédias o Governo parte para o confronto e nunca assume responsabilidades, nunca vê o que falhou e como corrigir”, acusa Iniciativa Liberal em comunicado de imprensa. “O governo está mais preocupado em defender a ministra e os seus do que com a segurança dos idosos em lares onde há vários surtos.”
O partido incita “o primeiro-ministro pedir desculpas aos familiares dos utentes e aos profissionais da classe médica” e diz que “considera inaceitável que o primeiro-ministro afirme que as Ordens profissionais não existem para fiscalizar o Estado”, porque “numa democracia, todas as instituições e todos os cidadãos têm o direito e até o dever de fiscalizar a ação do Estado”.
Na sequência da divulgação do vídeo nas redes sociais, o Expresso anunciou que vai desencadear “os procedimentos internos e externos para apurar o que aconteceu e os responsáveis pelo sucedido”.
Num comunicado emitido ao início da tarde deste sábado, o jornal considera o vídeo “ilegal”, cujos sete segundos de duração “descontextualizam quer a entrevista, quer a conversa que o primeiro-ministro teve com o Expresso”. O jornal diz repudiar “absolutamente esta divulgação, pela qual não tem responsabilidade”.
“O vídeo em questão consta de uma gravação amadora de um ecrã de computador, “que reproduz uma recolha de imagens de uma conversa off the record, privada, do primeiro-ministro com jornalistas do Expresso, foi divulgada nas redes sociais sem autorização e conhecimento deste jornal”, lê-se ainda no comunicado.