Mais de 360.000 pessoas na província de Lac, no Chade, foram forçadas a deixar as suas casas devido aos recorrentes ataques jihadistas e à crise ambiental, disse esta sexta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“Entre 8 e 16 de agosto, 11.764 pessoas foram deslocadas” na região devido à insegurança e inundações, “um dos números mais elevados registados pela OIM num período tão curto”, disse a organização através de uma declaração.

O lago Chade, na fronteira entre a Nigéria, Níger, Camarões e Chade, foi transformado pelas alterações climáticas numa vasta extensão pantanosa salpicada de pequenas ilhas, algumas das quais são a base histórica dos jihadistas do grupo nigeriano Boko Haram.

Após a morte, a 23 de março, de cerca de 100 soldados chadianos num ataque sangrento do grupo jihadista, o Chade lançou uma violenta contraofensiva na província do Lago. O Presidente, Idriss Déby Itno, afirmou então ter-se livrado da presença dos jihadistas no território nacional. Contudo, a 9 de agosto, reconheceu que o “Boko Haram ainda faria muitos danos” no Chade.

“A província de Lac está a sofrer as chuvas mais fortes em quase 30 anos, para além das deslocações causadas por problemas de segurança”, acrescentou a OIM, referindo-se a “inundações repentinas que alagaram aldeias e campos”.

“Três quartos das pessoas deslocadas identificadas pela OIM vivem em campos, na sua maioria feitos de palha e lata. Muitos deles estão a dormir sem teto, sem proteção adequada contra o mau tempo e sem acesso à água, saneamento, serviços de saúde ou a necessária proteção contra a Covid-19”, adiantou a organização.

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