A Residências Montepio avançou esta terça-feira que, apesar de “tudo ter feito” para evitar a propagação do novo coronavírus, “não foi possível” evitar o contágio no lar do Porto, que resultou na morte de 16 residentes.

Em comunicado, a empresa avança esta terça-feira que, apesar das medidas implementadas no âmbito da Covid-19, na residência sénior do Montepio na Rua do Breiner, no Porto, morreram 16 residentes, que lá permaneciam “há mais de cinco anos”.

Segundo a Residência Montepio, os 16 utentes apresentavam “várias comorbilidades”, tais como, doenças cardiovasculares, patologias respiratórias crónicas, diabetes e elevado nível de dependência.

O comunicado surge no seguimento de uma notícia divulgada esta terça-feira pelo jornal Público que, tendo por base números disponibilizados pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, avançava que o surto de Covid-19 provocou a morte de 16 pessoas, num universo de 48 infetados, dos quais 29 são utentes e 19 funcionários da instituição.

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Surto em lar de Montepio no Porto mata 16 dos 29 utentes

“O número de mortos nesta unidade do Porto é elevado face ao número de infetados, sendo a taxa de letalidade de 55%“, refere o diário, mas a empresa contraria a percentagem, afirmando que a taxa de letalidade no lar do Porto situa-se nos 22%.  “Percentagem considerada baixa, atendendo à média de idades dos residentes – 90 anos”, lê-se na missiva.

A instituição garante também ter enviado, periodicamente, informações atualizadas sobre a situação em causa à direção clínica do Centro Hospitalar do Porto e à Unidade de Saúde do Porto.

Quanto aos colaboradores que testaram positivo para a Covid-19, a Residências Montepio avança que sete já se encontram recuperados e seis já retomaram funções, salientando que “nenhum colaborador foi hospitalizado”.

Todas as medidas de prevenção por contágio estão a ser continuamente implementadas e reforçadas na Residência Montepio Porto Breiner, assim como nas demais unidades residenciais”, conclui a missiva.

Esta terça-feira, o jornal Público avançava que “o secretismo à volta deste surto, que foi detetado no início de agosto, é grande”.

Questionado pelos jornalistas sobre a notícia do Público, à margem da sessão de lançamento da aplicação “Stayaway covid”, o presidente da ARS-Norte, Carlos Nunes, recusou-se a prestar declarações.

O jornal acrescenta também que permanecem internadas três pessoas.

A 10 de agosto, fonte oficial da ARS-Norte avançava à Lusa que o número de casos confirmados na residência sénior subia de 44 para 46 (34 utentes e 12 funcionários), e que havia 10 internados.  À época, a mesma fonte afirmava que o surto estava “controlado e a ser acompanhado pelas autoridades de saúde pública”.

No dia 29 de julho, surgiu o registo do primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus naquela residência sénior, tendo sido, “testados” todos os utentes e profissionais daquele lar, num total de 225 pessoas (109 utentes e 116 profissionais).