As autoridades norte-coreanas deram ordens para “atirar a matar” de modo a evitar que a Covid-19 entre no território pela China, de acordo com Robert Abrams, comandante das forças americanas na Coreia do Sul citado no The Korea Times.
Desde o início da pandemia na China, o seu principal aliado, o país cujo sistema de saúde empobrecido não teria condições para lidar com o surto, não registou nenhuma infeção. Pyongyang fechou as suas fronteiras com a China em janeiro para prevenir os contágios pelo vírus. Já em julho, os media estatais anunciaram que o Estado de Emergência tinha sido elevado ao máximo. Robert Abrams disse que o encerramento das fronteiras aumento a procura de bens contrabandeados, o que exigiu a intervenção das autoridades.
“O Norte introduziu uma nova zona tampão um ou dois quilómetros acima na fronteira chinesa” afirmou o comandante das forças americanas na Coreia do Sul numa conferência online organizada pelo Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) em Washington, na quinta-feira. “Eles têm SOF (Forças de Operações Especiais) norte-coreanas lá fora. Forças de ataque, têm em vigor ordens de atirar a matar”, disse.
Acrescentou ainda que o encerramento das fronteiras com a China “acelerou os efeitos económicos” das sanções económicas aplicadas aos programas nucleares da Coreia do Norte, com as importações da China a cair a 85 por cento. O país ficou ainda devastado com o tufão Maysak que, segundo a comunicação social estatal, destruiu ou inundou 2.000 mil casas.
Por estas razões, Robert Abrams considera que nos próximos tempos nenhuma grande provocação virá da Coreia do Norte, embora tenha acrescentado que poderá ser mostrado um novo sistema de armas nas comemorações do próximo mês no 75º aniversário da fundação do partido governante de Kim Jong Un.