O Diário de Notícias (DN) voltará a ser um jornal com edição diária em papel como o foi até junho de 2018, altura em que passou a ter uma versão diária online e uma versão semanal em papel. Essa é uma das revelações feitas por Marco Galinha em entrevista ao jornal Público. O empresário, que nos próximos “dias ou semanas” finalizará a compra de 40% do Grupo Global Media, diz também que já tem em vista o aumento das suas participações para um controlo maioritário (de 51%) do grupo de comunicação social, que inclui meios como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF, entre outros.

Na entrevista ao Público, o empresário dá pistas sobre o que será o futuro de órgãos de comunicação social como o DN e o jornal O Jogo. Sobre o generalista, diz: “O Diário de Notícias tem que passar a diário em papel novamente — um diário semanal não faz sentido —, ser o grande jornal da região de Lisboa [tendo um pendor mais de cobertura local]. Com mais foco no digital e menos no papel, mas o papel nunca vai acabar”. Já sobre o desportivo, refere: “O Jogo vai ter a versão Porto e outra Lisboa”.

Relativamente aos alegados despedimentos no grupo — o Observador noticiou que está a prevista a saída de cerca de 120 trabalhadores, com um custo para os processos estimado em seis milhões de euros —, o empresário refere ao Público por um lado nada ter a ver com o plano, que vem de trás, mas por outro ter exigido a execução do mesmo. “Uma coisa é o plano passado que eles têm com os despedimentos, não é nosso, é deles. A nossa condição de compra foi que eles tinham que executar esse plano e deve estar a ser executado. Mas isso é o passado, não é o futuro. E o futuro do grupo é investimento, no DN, em novos jovens jornalistas”, apontou.

Marco Galinha compra 40% da Global Media por 4 milhões de euros

A redução de custos e os despedimentos, garantiu, não incidirão maioritariamente em jornalistas: “O plano que eu conheço não é de redução de jornalistas” e as saídas deverão incidir mais em “gestores, diretores e parte comercial”, segundo Marco Galinha. O empresário, que deixa várias críticas às políticas de baixos salários em órgãos de comunicação social, admite ainda a hipótese de ter António Saraiva como chairman: “Quando o grupo estiver organizado fará todo o sentido ter um chairman com toda a seriedade e a integridade do eng. António Saraiva”.

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