Em janeiro de 2016, Jorge Jesus era treinador do Sporting. A meio da primeira temporada ao comando dos leões, o técnico decidiu resgatar Rúben Semedo ao V. Setúbal, onde o central estava emprestado, para reforçar o setor defensivo da equipa. Até ao final da época, em que os leões perderam o Campeonato para o Benfica na última jornada e por apenas dois pontos, Semedo foi titular no eixo da defesa. Esta quarta-feira, o central voltou a ser feliz no sítio onde tudo começou.

A matemática de um particular: 2500 adeptos, duas traves, cinco defesas, zero golos (a crónica do Portugal-Espanha)

No Estádio José Alvalade, no particular contra Espanha, Rúben Semedo cumpriu a primeira internacionalização pela Seleção Nacional — e logo a titular. O central do Olympiacos, que foi uma das figuras do mercado de transferências pela vontade que Jorge Jesus tinha em contar com ele no Benfica mas que acabou por ficar na Grécia, apareceu no onze ao lado de Pepe e acabou por cumprir os 90 minutos da partida. No final do encontro, Rúben Semedo assumiu a felicidade.

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“Era um sonho meu, estou muito feliz por ter jogado pela Seleção num estádio especial como é o de Alvalade. A equipa fez um bom jogo, frente a um adversário muito forte, mas penso que tivemos as melhores oportunidades de golo”, disse o jogador de 26 anos. Questionado sobre o interesse do Benfica, assumido pessoalmente por Jorge Jesus, Rúben Semedo garantiu estar “focado na Seleção”. “Não estou a pensar em nenhuma equipa. Estou aqui para dar o meu contributo e sinto-me feliz”, completou o jogador.

Quanto à Seleção Nacional, chegou ao terceiro empate a zeros contra Espanha, depois de 1992 e 2012. Já Cristiano Ronaldo, que saiu na segunda parte e ficou em branco, interrompeu a melhor série de sempre a marcar por Portugal, já que apontava golos há sete jogos consecutivos (13, no total). Fernando Santos, a título individual, completou a 74.ª partida como selecionador nacional, igualando Luiz Felipe Scolari: no domingo, contra França, vai tornar-se o treinador com mais jogos ao comando da Seleção Nacional. Questionado sobre o que lhe falta, depois de atingido esse registo, o técnico foi muito direto — “ser campeão do mundo”, disse.

“Os primeiros 25 minutos foram sofríveis, não nos encontrámos com o jogo. A organização estratégica esteve sempre errada, a defender muito mal, concedemos muitos espaços interiores. E, quando uma equipa não está organizada defensivamente, quando recupera a bola não consegue jogar. Ofensivamente também não encontrámos os caminhos certos. Durante esse período a Espanha foi claramente superior a nós, valeu a atitude e entrega dos jogadores. Depois, a nossa exibição foi em crescendo, a equipa começou a perceber melhor o que tinha de fazer, a dar menos espaços e o jogo ficou mais equilibrado”, disse o selecionador nacional na flash interview, acrescentando depois que a segunda parte “já foi diferente”.

“Tivemos quatro ou cinco grandes oportunidades, mas o resultado foi justo”, completou Fernando Santos, garantindo depois que a partida com França, no domingo e já a contar para a Liga das Nações, será “um jogo diferente”. “Terá de ter outra abordagem. Vamos ter de trabalhar bem e com outro grau de atenção, espero que estejamos no melhor nível nesse jogo”, terminou.