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Fátima. Presidente da Conferência Episcopal quer mulheres com mais poder na Igreja, mas descarta ordenação

Este artigo tem mais de 3 anos

O bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal encerrou as celebrações de outubro em Fátima com um apelo à valorização das mulheres na Igreja, mas sem passar pela ordenação sacerdotal.

A lotação do Santuário de Fátima foi reduzida para 6 mil peregrinos
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A lotação do Santuário de Fátima foi reduzida para 6 mil peregrinos

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

A lotação do Santuário de Fátima foi reduzida para 6 mil peregrinos

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

É preciso “mudar o paradigma” numa Igreja Católica demasiado centrada no poder dos homens e dar mais espaço às mulheres, defendeu esta terça-feira no Santuário de Fátima o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas. Na homilia da missa que encerrou as celebrações do 13 de Outubro — marcadas pela fraca afluência de peregrinos num recinto com entradas controladas e distanciamento social —, o bispo de Setúbal destacou que “o mundo não é de quem mais manda”, mas “quem mais constrói a vida”.

A valorização das mulheres na Igreja Católica não se limita a “buscar um equilíbrio de poderes ou de influências na organização funcional da Igreja”. Mais do que isso, defendeu o bispo D. José Ornelas, é necessário reconhecer que “a liderança eclesial não está fundada sobre a ideia de poder, mas na vida, no cuidado e no serviço”. Com estas palavras, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa deixa de fora a possibilidade da ordenação sacerdotal de mulheres: antes, é preciso valorizar outros ministérios da Igreja, “hoje demasiado concentrados nos ministérios ordenados“.

O Santuário de Fátima recebeu perto de 4 mil peregrinos esta terça-feira

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

Perante o protagonismo masculino, elas estão lá como elemento na construção da Igreja“, afirmou D. José Ornelas, lembrando diversos episódios bíblicos que evidenciam a relevância das mulheres na história cristã — a começar pela constante presença, junto de Jesus Cristo e dos apóstolos, de Maria, evocada no Santuário de Fátima (que este terça-feira assinalou o aniversário da dedicação da antiga basílica que encabeça o recinto de oração). Elas “não estavam lá só como decoração“, assinalou o bispo.

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Depois de na noite de segunda-feira a procissão das velas ter contado com cerca de 4.500 pessoas — três quartos da lotação máxima de 6 mil peregrinos definida para prevenir a disseminação do novo coronavírus —, o Santuário de Fátima estava esta terça-feira com o recinto a meio gás. No início das celebrações da manhã, contavam-se cerca de 3.200 pessoas no recinto, pouco mais de metade da lotação máxima. Ao longo da missa, o número de peregrinos no interior do santuário foi aumentando até cerca de 4 mil, com a chegada de pessoas que quiseram testemunhar a tradicional procissão do adeus no final da manhã.

Igreja alertou contra o “monstro pandémico” do populismo numa noite de velas em Fátima que fica “forever”

Face aos “condicionalismos da pandemia que veio alterar radicalmente toda a vida da humanidade”, D. José Ornelas disse à pequena multidão reunida em Fátima que é necessário relativizar a presença nos templos físicos. “Deus não se encontra num monumento de pedra, mas no coração e na vida daqueles que, como pedras vivas, formam a Igreja nesta terra, como nos diz a carta de Pedro que acabamos de escutar“, afirmou o líder da Conferência Episcopal.

O bispo de Setúbal repetiu também os avisos que tinha deixado na noite anterior, durante a procissão das velas, a propósito do espaço que durante a pandemia se abriu para o surgimento de populismos e nacionalismos. “Vivemos num tempo em que movimentos populistas manipulam a nostalgia do passado, o medo real ou imaginário, o perigo do estrangeiro e do que pensa diferente, a ganância de possuir e dominar e até modelos religiosos para os seus interesses”, advertiu Ornelas.

A celebração foi presidida pelo bispo de Setúbal, D. José Ornelas

JOÃO PORFÍRIO/OBSERVADOR

“Para isso, constroem muros, exacerbam nacionalismos egoístas e conflituosos, que impedem que se chegue a consensos mundiais para encontrar soluções para os problemas de todos, como a pobreza, a injustiça, a guerra e a depredação do planeta, que coloca em perigo o futuro”, acrescentou o bispo, sublinhando que “a pandemia veio tornar mais visíveis estes problemas e também mostrar a necessidade de encontrar caminhos e soluções para todos“.

As celebrações desta segunda a terça-feira encerraram o ciclo das grandes peregrinações do ano em Fátima, este ano sem a presença das habituais multidões devido à pandemia da Covid-19. Depois de um 13 de maio celebrado sem a presença física de peregrinos no recinto do santuário, as celebrações presenciais regressaram gradualmente a partir de junho. Porém, uma enchente inesperada na peregrinação de 13 de setembro obrigou o Santuário de Fátima a elaborar um plano mais restritivo para as celebrações de outubro, que habitualmente representam a segunda maior enchente do ano.

Milhares de pessoas em Fátima na peregrinação do 13 de setembro. Santuário atingiu lotação máxima

Desta vez, foram marcados círculos brancos no piso do santuário, destinados a assegurar o distanciamento físico entre os peregrinos, e a lotação do recinto foi limitada a 6 mil peregrinos, com as entradas controladas em oito pontos de acesso. Embora a expectativa fosse a de que o santuário e a própria cidade pudessem vir a encher-se de peregrinos — o que levou o reitor de Fátima a apelar explicitamente a que os peregrinos evitassem vir de longe —, a verdade é que o recinto acabou por ficar longe de encher nos dois dias.

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