O pico da pandemia do novo coronavírus pode ser atingido dentro de três semanas, algures entre os dias 20, sexta-feira, e 25, uma quarta-feira. A previsão é feita pelo professor universitário e especialista em epidemiologia Manuel Carmo Gomes. Em declarações ao semanário Expresso, aponta: “Se se mantiverem as condições ­atuais, podemos ter o pico na terceira semana de novembro, entre os dias 20 e 25, talvez sem chegarmos a atingir os seis mil casos. Mas é preciso muito cuidado. Bastam dois ou três grandes eventos para a situação mudar”.

Manuel Carmo Gomes é professor na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e é um dos especialistas que o Governo tem ouvido. No separador que lhe é dedicado no site da Faculdade em que leciona, lê-se uma breve auto-descrição: “Desde 1995, o meu trabalho de investigação tem-se centrado na epidemiologia de doenças transmissíveis. Através da utilização de modelos biomatemáticos de transmissão das doenças, é possível compreender a variação da incidência das doenças ao longo do tempo e, simultaneamente, estudar a melhor forma de as controlar”.

Até ao dia 20 de novembro, é muito improvável que não continue a aumentar o número de novos casos de infeção detetados diariamente pelas autoridades de saúde em Portugal. O aumento de novos casos tem sido acompanhado por um aumento de internamentos e hospitalizações em unidades de cuidados intensivos, que começam a exercer pressão sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde. Este sábado, o Governo irá anunciar novas medidas para tentar controlar o ritmo acelerado e crescente de propagação da pandemia.

O Expresso avança ainda dados fornecidos pela Direção-Geral da Saúde que sugerem que quase sete em cada dez infeções (69%) ocorrem em ambiente familiar. A transmissão do novo coronavírus em ambiente laboral (13%) ou social (7%) é bastante mais reduzida.

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