A região e cantão suíço de Genebra, que tem como capital a cidade com o mesmo nome, vai voltar a confinar a partir de segunda-feira. Este domingo, o Conselho de Estado da região decidiu decretar o estado de necessidade e ordenar o encerramento de um conjunto alargado de negócios e atividades. O motivo é a aceleração recente da propagação da pandemia da Covid-19.

Na região, o número de pessoas internadas teve um aumento superior a 500% entre “meados de outubro” e “o dia 1 de novembro” e “nos últimos dias, em média mais de 1.000 pessoas tiveram teste de diagnóstico positivo ao coronavírus”, justifica o Conselho de Estado de Genebra. A 30 de outubro, registou-se mesmo um pico máximo de 1.338 casos de infeção em 24 horas.

Para se ter uma ideia da dimensão destes números, a população deste cantão da Suíça está estimada em pouco mais de 500 mil habitantes, sendo pelo menos vinte vezes inferior à portuguesa.

Fecha praticamente tudo: nem os cafés, cabeleireiros e teatros resistem

Foi assim ordenado o fecho de “bares, cafés, restaurantes, cafetarias” e outros negócios semelhantes mas também de “instalações e estabelecimentos de entretenimento e lazer” — e quase todas, dos cinemas aos museus, das galerias de exposições às bibliotecas, das salas de jogos e salas de concerto aos teatros, casinos e pistas de patinagem públicas.

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Quer as lojas de retalho quer os negócios do setor da restauração e alimentação — como cafés e restaurantes — podem continuar a operar, mas apenas em regime de take-away e entregas ao domicílio.

Encerram ainda “espaços fechados inseridos em jardins botânicos e jardins zoológicos, ginásios e centros de bem-estar, piscinas, lojas de retalho e mercados não alimentares”.

Também atividades que “impliquem contacto físico próximo” como “cabeleireiros, esteticistas, barbeiros e lojas de tatuagens” são obrigadas a encerrar. O comunicado do Conselho de Estado deste cantão suíço aponta ainda que não são permitidas outras atividades cujos serviços impliquem “contacto físico próximo”, como “as relacionadas com prostituição e com outras atividades com semelhanças” — desde logo “massagens eróticas”.

São também decretados limites aos ajuntamentos. Ficam proibidas as reuniões de mais de cinco pessoas ao ar livre, em espaço exterior — nomeadamente em “locais públicos” como “passeios e parques” —, e são ainda proibidos “eventos públicos e privados com mais de cinco pessoas”, seja em espaço fechado ou ar livre. Mesmo “dentro do círculo familiar” há proibição de junção de mais de cinco pessoas, exceto se pertencerem ao mesmo agregado. A lista de proibições abre exceções para “manifestações políticas ou da sociedade civil”, como protestos e greves.

O que fica, então, aberto? O comunicado detalha: dos “pontos de venda de alimentos e artigos de primeira necessidade (inclusive animais)” até “mercados de alimentos”, farmácias, drogarias, fornecedores de aparelhos médicos — como “oculistas, vendedores de aparelhos auditivos e ortopédicos” —, e oficinas de reparação e de serviços essenciais. Destas últimas fazem parte agências bancárias, postos de correios, lojas de câmbio, imobiliárias, pontos de venda de operadores de telecomunicações, transportes públicos, livrarias, floristas, lojas de ferragens, sapatarias, lojas de bricolage e jardinagem, lavandarias, oficinas de costura, serralheiros, garagens de automóveis e lojas de bicicleta que tenham serviços de reparação).

Os hospitais e postos de saúde e refeitórios de empresas também permanecerão abertos, tal como os postos de abastecimento de combustível, instalações desportivas ao ar livre, centros desportivos e alguns estabelecimentos culturais.

As igrejas e outros locais de culto “podem permanecer abertos” mas não podem ser celebrados “serviços religiosos”, à exceção de casamentos e funerais, com número limite de participantes.