Depois do anúncio da Pfizer, a Moderna. Com uma eficácia de cerca de 95%, a farmacêutica norte-americana Moderna avança com dados encorajadores sobre a nova vacina contra a Covid-19, avançam os media internacionais. Os resultados são semelhantes aos conseguidos pela Pfizer — com um grau de eficácia superior — e ajudam a aumentar a esperança de controlo da pandemia da Covid-19 nos próximos tempos.

6 pistas para entender a importância da vacina da Pfizer, que tem 90% de eficácia contra a Covid

A Moderna diz que este é um “grande dia” e tenciona pedir a aprovação — a autorização de uso de emergência —para utilização da “vacina nas próximas semanas”. A vacina, desenvolvida em parceria com os cientistas de Oxford e administrada em voluntários nos Estados Unidos, em colaboração com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (que é dirigido por Anthony Fauci), escreve o New York Times não deverá estar, ainda assim, disponível antes da próxima primavera.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O estudo envolveu 30 mil voluntários, nos Estados Unidos da América. Metade dos voluntários receberam, com quatro semanas de diferença, as duas doses da vacina e os restantes foram vacinados com um placebo.

A análise baseou-nos nos primeiros 95 voluntários a desenvolver sintomas da Covid-19. Apenas cinco dos casos detetados da Covid-19 eram de voluntários que tinham sido injetados com a nova vacina, os restantes 90 tinham tomado o placebo. A companhia afirma que a nova vacina confere uma “proteção de 94,5%”.

Os dados mostram ainda que os 11 casos de voluntários envolvidos nos testes que desenvolveram a forma mais severa da doença não tinham sido imunizados.

A eficácia geral foi notável… É um excelente dia”, afirmou Tal Zaks o médico-chefe da Moderna à BBC.

Ainda assim, faltam dados sobre quanto tempo durará a imunidade conferida aos voluntários depois de tomarem as duas doses da vacina e qual a eficácia nas faixas etárias mais altas (e que têm uma mortalidade mais elevada associada à doença). Mas Tal Zaks afirmou à BBC que “não parece que [a vacina] perca a potência” com a idade. Falta ainda perceber também se a vacina apenas impede as pessoas de desenvolverem a forma mais grave da doença ou se funciona também para impedir a propagação da doença.

E efeitos secundários depois da administração das doses? Houve, sim, mas nenhum significativo. Alguns dos voluntários desenvolveram cansaço e dores de cabeça depois de receberem as injeções. “São os efeitos expectáveis quando uma vacina está a funcionar e inclui uma boa reposta do sistema imunitário”, afirmou o professor Peter Openshaw do Imperial College em Londres.

Em comparação com o anúncio da Pfizer e aquilo que já se sabe da vacina russa, a vacina da Moderna parece ter a vantagem de um armazenamento mais fácil: 20ºC negativos permitem preservar a vacina até seis meses e num frigorífico tradicional pode ser guardada até um mês.