O candidato apoiado pela Iniciativa Liberal à Presidência da República, Tiago Mayan Gonçalves, disse esta quinta-feira sobre a atuação do governo em pandemia que “a obsessão ideológica de não usar privados foi fatal para muitos portugueses. Isso matou pessoas“. Em entrevista à Rádio Observador, Mayan Gonçalves culpa mesmo a ministra de saúde por “oito mil mortes fora Covid”, que “não seriam expectáveis” e que poderiam ter sido, em parte evitadas, se o privado tivesse sido envolvido na resposta. O candidato presidencial diz que tanto a ministra Marta Temido como a diretora-geral de Saúde Graça Freitas já não deviam estar em funções.

Sobre o atual panorama político, Tiago Mayan Gonçalves diz que  “já não há centrão” no país, mas apenas “um grande partido do sistema, o PS“, naquilo que classifica como a “mexicanização do país“.

O candidato presidencial diz que “o atual Governo com o atual apoio que tem, só podia estar suportado em acordos escritos“. Tiago Mayan Gonçalves não assumiu que teria dissolvido a Assembleia da República ao longo deste mandato, mas disse que, caso fosse Presidente, “o começo teria sido diferente”.

Quanto aos adversários, o candidato presidencial critica Marcelo Rebelo de Sousa por “durante muitos anos” ter sido “amigo de Ricardo Salgado”, mas não ter visto “sinais de alarme” quando já se falava que o banqueiro era o “dono disto tudo”. Diz que o mesmo aconteceu com Ana Gomes “relativamente a José Sócrates”, dizendo que a socialista demorou a distanciar-se do então primeiro-ministro.

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Numa crítica generalizada, Mayan Gonçalves diz que “todos” os outros candidatos são “políticos profissionais” e “produtos políticos“, ao contrário dele próprio e da IL que não tem o “modus operandi” dessas máquinas partidárias. “Eu não provenho de aparelhos partidários”, diz o candidato que ajudou a fundar a Iniciativa Liberal e que é apoiado pela estrutura liberal.

Mayan Gonçalves critica Marcelo por se achar “um homem providencial” e diz que “o que o move é a sua popularidade”. O Presidente, recorda, “estava nos píncaros” e “começou a perder popularidade”, daí que tenha ficado “mais ativo”. É isto, no entender do candidato liberal, que levou o Presidente da República a vetar mais nos últimos meses.

Sobre o Chega, o candidato presidencial diz que o partido confunde-se com André Ventura: “Aquilo é quase uma unipessoal”. Além disso, Mayan Gonçalves diz ainda que André Ventura “além de xenófobo e racista, despreza a democracia” e que a prova disso é a “lei da rolha que criou internamente”.

Sem concretizar se daria posse, como Presidente, a um Governo com o Chega, Mayan Gonçalves garante que “a IL não apoiaria um Governo que integrasse o Chega”. O candidato presidencial considera que “a Iniciativa Liberal é oposição nos Açores“, apesar de ter um acordo escrito com o PSD que permitiu a viabilização do executivo.