O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou esta quinta-feira aos países ricos para apoiarem os pobres na aquisição de vacinas para combater a pandemia de Covid-19.

Guterres, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), indicou que o programa Covax, apoiado pela ONU, necessita de 5.000 milhões de dólares (cerca de 4.100 milhões de euros) até ao final de janeiro de 2021. O programa, criado para garantir a todos os países o acesso às vacinas para a Covid-19, necessita de pelo menos de 20.000 milhões de dólares (16.430 milhões de euros), lembrou o secretário-geral da ONU.

Ao mesmo tempo, vejo países que compraram vacinas num volume várias vezes superior às respetivas populações, ou pelo menos fizeram ofertas nesse sentido”, frisou Guterres, exortando os governos a doarem as doses em excesso à Covax.

O antigo primeiro-ministro português observou ser “do melhor interesse do mundo” garantir uma “ampla imunização”. “Se não erradicarmos a doença, o vírus pode sofrer uma mutação. As vacinas, que num determinado momento são eficazes, podem deixar de o ser se as coisas mudarem”, sublinhou o secretário-geral das Nações Unidas.

O programa mundial de vacinação, batizado como Covax e coliderado pela Gavi (Aliança de Vacinação), é uma iniciativa global de distribuição justa de futuras vacinas contra a Covid-19 lançada pela Organização Mundial de saúde (OMS), mas enfrenta um elevado risco de fracasso, podendo potencialmente deixar os países mais pobres e milhões de pessoas sem acesso às vacinas até 2024.

O Covax é o principal sistema global para garantir que os países de baixo e médio rendimento têm acesso às vacinas contra o novo coronavírus, um programa que pretende distribuir pelo menos 2.000 milhões de doses até ao final de 2021 de forma a imunizar 20% das pessoas mais vulneráveis em 91 países pobres, principalmente em África, na Ásia e na América Latina.

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