Dezenas de países já anunciaram a proibição das ligações aéreas, marítimas e terrestres provenientes de Inglaterra e do restante território britânico após a descoberta de uma nova variante de Covid-19 de rápida disseminação. A Organização Mundial de Saúde também já apelou aos países europeus para “reforçarem os controlos”. O Conselho Europeu convocou uma reunião de urgência para definir uma “resposta comunitária”, mas há vários países na Europa a antecipar-se, entre eles Portugal.

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A partir das 00h de segunda-feira “apenas são autorizados a entrar em território nacional os passageiros de voos provenientes do Reino Unido que sejam cidadãos nacionais ou cidadãos legalmente residentes em Portugal” e, mesmo estes, terão de apresentar um teste que prove que não estão infetados. A informação foi avançada pelo ministério da Administração Interna num comunicado na noite de domingo.

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A Bélgica anunciou na manhã de domingo que vai suspender as ligações aéreas e marítimas provenientes do Reino Unido. Em Bruxelas, o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, indicou à cadeia de televisão VRT que a suspensão será pelo menos de 24 horas, podendo, porém, ser prolongada, e que começa às 23h de domingo.

Também o governo italiano vai suspender os voos com o Reino Unido, anunciou no domingo o chefe da diplomacia italiana, Luigi Di Maio. A decisão já foi comunicada às autoridades londrinas, afirmou nas redes sociais o governante italiano.

Como governo temos o dever de proteger os italianos e por isso, depois de notificarmos o governo inglês, estamos prestes a assinar uma medida com o ministro da Saúde para suspender os voos com a Grã-Bretanha”, explicou Di Maio. “A nossa prioridade é proteger a Itália e os nossos compatriotas”, acrescentou.

As autoridades holandesas suspenderam também todos os voos oriundos do Reino Unido. A proibição entrou em vigor às 6h da manhã locais e vai durar até 1 de janeiro. Num comunicado, o Ministério da Saúde holandês acrescentou que qualquer introdução desta variante do vírus proveniente do Reino Unido seja limitada tanto quanto possível, “limitando e/ou controlando o movimento de passageiros do Reino Unido”.

A Irlanda irá também bloquear todas as viagens de avião e de ferry provenientes da Grã-Bretanha. O governo irlandês ainda está a trabalhar nos detalhes finais deste plano de restrições, que deverá deixar de fora as deslocações essenciais para entrega de mercadorias, mas a suspensão das viagens aéreas e marítimas deverá entrar em vigor a partir da meia-noite por um período de 48 horas.

A Escócia, país vizinho da Inglaterra, já tinha anunciado no sábado que iria impor restrições às viagens entre a nação e o resto do Reino Unido, incluindo as deslocações férreas, durante o período de festas, revelou na altura a primeira-ministra Nicola Sturgeon.

Na Áustria também serão suspensos os voos provenientes do Reino Unido, mas ainda não há detalhes sobre quando é que a proibição terá início ou fim, informou a agência de notícias APA.

Já a Bulgária tinha inicialmente decretado uma obrigação de quarentena de 10 dias para todos os passageiros que chegassem do Reino Unido. Mas, após uma reunião, o governo búlgaro optou por suspender temporariamente todos os voos de ida e volta para o Reino Unido, a partir da meia-noite e até 31 de janeiro.

Ao início da manhã de domingo a Alemanha ponderava seguir o mesmo exemplo. Agora sabe-se que até 31 de dezembro todo o tráfego aéreo entre a Alemanha e o Reino Unido será proibido. De acordo com uma fonte do governo, cita o The Guardian, Berlim já está a trabalhar para estender a proibição durante o mês de janeiro.

Já o primeiro-ministro francês, Jean Castex, anunciou no Twitter que França seguirá os passos dos restantes países e suspenderá as viagens por 48 horas.

As medidas dos dois países foram anunciadas após se saber que o chefe de Estado da França, Emmanuel Macron, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estiveram  reunidos este domingo numa sessão online para decidir que medidas adotar sobre o assunto.

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Israel também impôs este domingo novas medidas que impedem a entrada de cidadãos não israelitas vindos do Reino Unido, Dinamarca e África do Sul. Os israelitas que cheguem desses países serão obrigados a ficarem em quarentena durante 14 dias em hotéis estipulados pelo governo.

Nos Estados Unidos, o secretário-assistente para a Saúde disse, em declarações à ABC News, que “ainda não vê motivo para alarme” sobre o surgimento de uma nova estirpe de Covid-19 no Reino Unido.

A Dinamarca e a Noruega vão também proibir voos vindos do Reino Unido. No caso da Dinamarca essa proibição estende-se durante dois dias, já a partir da manhã de segunda-feira, sendo que a Noruega suspendeu os voos por um período mínimo de 48 horas. Lituânia, Letónia e Estónia são também entradas recentes — no caso do primeiro país, as restrições vão estar em vigor até ao dia 31 de dezembro.

Desde as 06h (hora local) que qualquer pessoa que chegue à Grécia, vinda do Reino Unido, terá de ficar em isolamento durante sete dias, ao invés dos três dias previamente definidos. Já a Rússia suspendeu durante uma semana os voos de e para o Reino Unido, uma medida que entra em vigor já na terça-feira. A Suíça, por sua vez, optou por proibir a entrada de estrangeiros vindos do Reino Unido e da África do Sul, onde também foi detetada uma nova variante do coronavírus. Malta também vai suspender voos de e para o Reino Unido já a partir de amanhã.

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Já Hong Kong vai proibir todos os voos que chegam do Reino Unido a partir das 00h de segunda-feira (hora local). Torna-se, assim, na primeira cidade na Ásia a fazê-lo. Países asiáticos como Japão e Coreia do Sul estão a monitorizar esta nova variante, mas não cancelaram no imediato os voos oriundos do Reino Unido. O mesmo não acontece na Índia, que vai suspender temporariamente os respetivos voos: a restrição estará em vigor até ao dia 31 de dezembro e a partir das 23h59 de terça-feira (hora local).

As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas. De acordo com a OMS, fora do território britânico foi reportado um número reduzido de casos, nove na Dinamarca, assim como um caso na Holanda e na Austrália.

O Reino Unido está na lista dos 10 países mais afetados pela pandemia, ao somar mais de dois milhões de casos de infeção e 67.075 mortes.

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