O hospital de Beja está a apoiar o hospital de Évora na resposta a infetados e suspeitos de infeção por Covid-19, uma vez que aquela unidade deixou de receber novos casos devido ao aumento de afluxo nos seus serviços.

O apoio do hospital de Beja está a ser prestado desde sábado através da observação e, se necessário, do internamento de infetados ou suspeitos de infeção provenientes da área de abrangência do hospital de Évora, disse esta segunda-feira à agência Lusa a presidente da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA), Conceição Margalha.

A responsável disse que o apoio vai continuar a ser prestado enquanto o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) necessitar e o Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, tiver capacidade de resposta.

Segundo Conceição Margalha, desde sábado à tarde e até às 08h00 desta segunda-feira, o hospital de Beja recebeu e observou na Área Dedicada para Doentes Respiratórios e Covid-19 (ADR) do Serviço de Urgência Geral 15 utentes da área de abrangência do hospital de Évora.

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Dos 15 utentes observados, cinco são doentes Covid-19 e estão internados no hospital de Beja, três na área do Serviço de Medicina e dois na área da Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) dedicadas à Covid-19.

De acordo com Conceição Margalha, atualmente, o hospital de Beja “não tem capacidade de internamento” de doentes na área da UCI dedicada à Covid-19, porque está cheia, já que as quatro camas existentes estão ocupadas.

Já na área do Serviço de Medicina dedicada à Covid-19, só estão disponíveis cinco das 24 camas existentes.

No domingo, num comunicado enviado à Lusa, o HESE informou que, “devido ao extraordinário aumento de afluxo de doentes” na ADR do seu Serviço de Urgência Geral, os doentes com Covid-19 ou suspeitos de infeção pelos vírus que provoca a doença não devem ser encaminhados para aquela unidade.

Segundo o HESE, a informação sobre a situação com a indicação de que aqueles doentes e utentes suspeitos de infeção não devem ser encaminhados para aquela unidade já tinha sido enviada no sábado, por volta das 20h30, para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

O HESE explicou que esta medida “está a ser reavaliada a cada 12 horas” e que “afeta apenas” os doentes com Covid-19 e suspeitos de infeção pelos vírus que provoca a doença enviados pelo CODU.

“Todos os restantes” doentes “serão atendidos como habitualmente” e o Serviço de Urgência Geral “continuará a dar resposta aos doentes urgentes com outras patologias”, lê-se no comunicado do HESE.

No sábado à noite, estavam internados no HESE “69 doentes com Covid-19”, estando “oito” em UCI, “o maior número registado” desde o início da pandemia.

A enfermaria Covid-3 iniciou o funcionamento em 23 de dezembro com 20 camas e já está lotada e o espaço da enfermaria Covid-1 foi alargado, passando a utilizar o espaço das instalações da futura Unidade de Cuidados Intensivos, num total de 10 camas, que se encontra quase lotada”, acrescentou o HESE.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 1.843.631 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo o mais recente balanço feito pela agência francesa AFP.

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 7.186 mortes e 431.623 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando esta segunda-feira ativos 80.008, mais 2.407 do que no domingo.