A cidade da Praia vai acolher um dos maiores investimentos privados em Cabo Verde, prevendo 250 milhões de euros para construir, na praia da Gamboa, seis hotéis com mais de mil quartos e uma marina, gerando 1.200 empregos.

Em causa está o projeto “Gamboa Plaza Shopping & Hotels”, o qual, segundo resolução governamental de 28 de dezembro a que a Lusa teve esta segunda-feira 4 de janeiro, acesso, foi alvo de uma convenção para o seu estabelecimento, entre o Estado e os promotores privados, válida por 15 anos, prevendo o início das atividades em 12 meses e a instalação do megaempreendimento turístico numa área de 13.987 metros quadrados, junto ao mar.

Em contrapartida por um dos maiores investimentos privados no arquipélago, liderado pelo empresário João Fernando Freire, a convenção atribui à sociedade promotora, entre outros incentivos fiscais, 100% de isenção da tributação de lucros durante os primeiros cincos de funcionamento do empreendimento após a conclusão da construção – que deverá levar oito anos -, passando depois a 50% de isenção.

Os promotores ficam ainda isentos do pagamento do Imposto Único sobre o Património nas aquisições de imóveis destinados à sua construção e instalação, bem como no pagamento de direitos aduaneiros na importação de equipamentos.

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“O Governo de Cabo Verde considera o projeto ‘Gamboa Plaza Shopping & Hotels’ de grande valia, e, por isso, o declara de interesse excecional no quadro da sua estratégia de desenvolvimento socioeconómico do país, tendo em conta o impacto que representará em termos de investimento, de emprego, da formação profissional, na riqueza que gerará, incremento da oferta turística e qualidade e quantidade da capacidade alojativa nacional”, lê-se na resolução do Conselho de Ministros que aprovou a convenção.

O investimento divide-se em duas fases, a primeira das quais prevendo um investimento de 70 milhões de euros, mais de 90% destinado à construção dos hotéis, gerando 400 empregos. A segunda fase está avaliada em 180 milhões de euros e vai gerar mais 800 empregos diretos.

Na primeira fase da obra, que já está em curso, avançam dois hotéis de quatro e cinco estrelas, com um total de 419 quartos e “cujo contrato de gestão já foi assinado com uma empresa internacional”, mas também uma marina para 150 barcos de recreio.

Está prevista ainda a recuperação do antigo pontão, a construção de restaurantes, bares, piscina, um aquário e a requalificação da praia da Gamboa, em pleno centro da capital cabo-verdiana, com a colocação de areia branca, coqueiros e palmeiras, dois parques de estacionamento com capacidade para 236 viaturas e um campo público de minigolfe.

Na segunda fase, serão construídos mais quatro hotéis, de quatro e cinco estrelas, com capacidade máxima de até 800 quartos, além de equipamentos coletivos de apoio.

O turismo garante 25% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde, mas a atividade praticamente parou desde março, devido às restrições impostas para conter a pandemia de Covid-19. O arquipélago contou em 2019 com um recorde de mais de 819.000 turistas, número que caiu para pouco mais de 300 mil em 2020.