A incidência acumulada a 14 dias mostra que a situação nos concelhos está a agravar: nenhum concelho desceu o nível de risco em relação à semana passada (dados de 5 de janeiro). Por outro lado, 164 concelhos subiram o nível de risco, incluindo 98 que subiram para o nível de risco extremamente elevado, e 283 aumentaram a incidência (novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias), segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, divulgado esta segunda-feira, com dados de 12 de janeiro.
Boletim DGS. Novo máximo de mortes e internamentos na pior segunda-feira da pandemia
O país apresenta-se, assim, pintado de vermelho escuro, com 155 concelhos no nível de risco extremamente elevado (mais de 960 novos casos por 100 mil habitantes acumulados a 14 dias) — o número mais alto desde o início da pandemia. Entre os concelhos com risco de contágio extremo, dois estão no arquipélago dos Açores: Ribeira Grande e Vila Franca do Campo, ambos na ilha de São Miguel.
Existem ainda 107 concelhos no nível de risco muito elevado (menos 25 do que na semana passada), dos quais três nas regiões autónomas (Câmara de Lobos e Ribeira Brava, na Madeira, e Lagoa, nos Açores). Há 16 concelhos no nível de risco elevado (quatro deles nas ilhas), menos 53 do que na semana passada, e 30 concelhos no nível moderado, menos 20 do que na semana passada, sendo que 21 estão nas regiões autónomas.
Concelhos do Alentejo e Centro na lista dos que mais aumentaram a incidência
Cuba, no distrito de Beja, é o concelho que apresenta maior incidência de SARS-CoV-2 (dados de 12 de janeiro): 5.658 novos casos por 100 mil casos, acumulados em 14 dias. O concelho alentejano é também aquele que apresenta o maior aumento no número de novos casos por 100 mil habitantes: cinco vezes mais no espaço de uma semana.
Entre os cinco concelhos com maior incidência, além de Cuba, estão Mêda, com 4.600 novos casos por 100 mil habitantes (a 14 dias), Figueira de Castelo Rodrigo com 4.208 (o segundo maior aumento na incidência), Aguiar da Beira com 4.106, Fornos de Algodres com 3.887 e Alter do Chão com 3.886.
Figueira de Castelo Rodrigo teve sete vezes mais casos por 100 mil habitantes (a 14 dias), no espaço de uma semana, e Alter do Chão cinco vezes mais. Na Pampilhosa da Serra o aumento da incidência foi de 22 vezes em relação aos dados de 5 de janeiro. Este concelho, no distrito de Coimbra, foi o único a subir do nível de risco moderado para extremamente elevado.
Concelhos | Incidência a 12.Jan | Incidência a 5.Jan | Variação numa semana |
Cuba | 5658 | 1197 | 4461 |
Figueira de Castelo Rodrigo | 4208 | 609 | 3599 |
Alter do Chão | 3886 | 948 | 2938 |
Aguiar da Beira | 4106 | 1354 | 2752 |
Pampilhosa da Serra | 2205 | 99 | 2106 |
Borba | 3325 | 1247 | 2078 |
Nisa | 3003 | 1188 | 1815 |
Góis | 2286 | 499 | 1787 |
Alcácer do Sal | 2650 | 969 | 1681 |
Mêda | 4600 | 3074 | 1526 |
Em relação à diminuição no número de novos casos por 100 mil habitantes, há apenas 18 concelhos que desceram a incidência a 14 dias. Mourão, no distrito de Évora, foi o concelho que mais diminuiu em termos de incidência: registou 1.592 novos casos por 100 mil habitantes, acumulados a 14 dias. Na semana passada, com dados de 5 de janeiro, tinham sido registados 3.347 novos casos por 100 mil habitantes, acumulados a 14 dias.
Dos 18 concelhos que diminuíram a incidência, apenas três tiveram uma descida superior a 100 novos casos por 100 mil habitantes: Mourão — no dia 5 de janeiro, tinham sido registados 3.347 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias —, Tabuaço que desceu de 1.442 para 978 novos casos por 100 mil habitantes e Armamar que desceu de 1.179 para 1.040.
10 capitais de distrito no nível de risco extremamente elevado
Dez das 18 capitais de distrito em Portugal continental encontram-se no nível de risco extremamente elevado, as restantes oito estão no nível muito elevado, segundo os dados de 12 de janeiro. Na semana passada, havia apenas um concelho no nível extremamente elevado — a Guarda, que continua neste nível —, 15 no nível muito elevado e dois no nível elevado.
Capital de distrito | Incidência acumulada a 12.Jan | Nível de risco | Incidência acumulada a 5.Jan | Nível de risco |
Aveiro | 782 | Muito elevado | 475 | Elevado |
Beja | 1516 | Extremamente elevado | 733 | Muito elevado |
Braga | 1043 | Extremamente elevado | 750 | Muito elevado |
Bragança | 1205 | Extremamente elevado | 684 | Muito elevado |
Castelo Branco | 933 | Muito elevado | 571 | Muito elevado |
Coimbra | 1037 | Extremamente elevado | 563 | Muito elevado |
Évora | 1129 | Extremamente elevado | 828 | Muito elevado |
Faro | 883 | Muito elevado | 490 | Muito elevado |
Guarda | 1329 | Extremamente elevado | 1024 |
Extremamente elevado
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Leiria | 894 | Muito elevado | 615 | Muito elevado |
Lisboa | 1039 | Extremamente elevado | 653 | Muito elevado |
Portalegre | 591 | Muito elevado | 379 | Elevado |
Porto | 741 | Muito elevado | 577 | Muito elevado |
Santarém | 1036 | Extremamente elevado | 576 | Muito elevado |
Setúbal | 1597 | Extremamente elevado | 775 | Muito elevado |
Viana do Castelo | 933 | Muito elevado | 496 | Muito elevado |
Vila Real | 917 | Muito elevado | 759 | Muito elevado |
Viseu | 1215 | Extremamente elevado | 767 | Muito elevado |
Quatro dos 15 concelhos mais populosos no nível extremamente elevado
Entre os 15 concelhos com maior densidade populacional (segundo dados do Censos 2011), quatro estão num nível de risco extremamente elevado — Lisboa, Entroncamento, Odivelas e Almada. Os restantes, como Amadora ou Porto, no nível muito elevado.
Concelhos | Casos/100 mil hab (14 dias) | Nível de risco |
Amadora | 941 | Muito elevado |
Lisboa | 1.039 |
Extremamente elevado
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Porto | 741 | Muito elevado |
Odivelas | 1.034 |
Extremamente elevado
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Oeiras | 848 | Muito elevado |
Matosinhos | 755 | Muito elevado |
São João da Madeira | 934 | Muito elevado |
Almada | 983 |
Extremamente elevado
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Barreiro | 917 | Muito elevado |
Cascais | 821 | Muito elevado |
Vila Nova de Gaia | 663 | Muito elevado |
Seixal | 874 | Muito elevado |
Maia | 622 | Muito elevado |
Espinho | 606 | Muito elevado |
Entroncamento | 1.039 |
Extremamente elevado
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