Pode dizer-se que Elon Musk, em termos ambientais, joga com uma dupla no totobola do futuro do planeta. Por um lado, controla a Tesla que fabrica veículos eléctricos, a melhor forma de contribuir para a redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) provocadas pelos transportes, que representam cerca de 14% do total. Por outro lado, controla a SpaceX, cujo objectivo a longo prazo é estar preparada para uma fuga para Marte, caso o nosso planeta se revele irrecuperável. Mas, para reduzir a quantidade de carbono na atmosfera, melhor do que não emitir mais CO2 é retirar o que já lá existe.

O carbono, especialmente na forma CO2, faz parte da atmosfera da Terra desde sempre, sendo exalado pelos humanos e consumido pelas plantas. Mas a crescente queima de combustíveis fósseis para gerar electricidade, aquecimento, alimentar a indústria e os meios de transporte, levou-nos a emitir carbono em excesso e isso, segundo a ciência, está a provocar as alterações climáticas com que lidamos regularmente.

E se aspirássemos o CO2 que aquece o planeta?

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Musk não tem dúvidas que, em termos ambientais, os automóveis eléctricos são a solução, sobretudo se a energia que alimenta as suas baterias for proveniente de fontes renováveis. Mas, paralelamente à utilização de veículos com emissões zero, a possibilidade de encontrar uma tecnologia viável – ou seja, barata e eficiente – para retirar o carbono da atmosfera seria uma forma muito mais rápida de reequilibrar o planeta. Daí que o homem mais rico do mundo tenha pegado em 100 milhões de dólares e lançado um concurso em busca da melhor solução para capturar carbono.

Já existem várias soluções no mercado, testadas e utilizadas para recuperar o carbono, com o qual se possa depois produzir combustíveis sintéticos, por definição neutros em carbono (por serem produzidos com carbono retirado da atmosfera, que para lá regressa depois de serem queimados). Mas Elon Musk quer que todas as universidades, startups e os mais criativos dos técnicos se debrucem sobre o problema e encontrem uma solução. E nada melhor do que 100 milhões para espicaçar o espírito inventivo de técnicos e cientistas.

O anúncio foi feito na passada semana, através do Ttwitter, e esta semana deverão ser divulgados mais pormenores sobre o concurso.