A ministra da Saúde afirmou esta segunda-feira que o governo está a “acionar todos os mecanismos” à sua disposição a nível internacional, face à situação da pandemia, com objetivo de garantir a melhor assistência aos doentes de Covid-19.

O Governo português está a acionar todos os mecanismos de que dispõe, designadamente no quadro internacional, para garantir que presta a melhor assistência aos utentes”, afirmou Marta Temido, num programa de informação da RTP sobre a pandemia.

Questionada pela jornalista Fátima Campos Ferreira sobre se o governo está a “equacionar pedir ajuda internacional, ajuda europeia, enviar doentes” para outros países, a ministra considerou que Portugal, geograficamente, tem uma “situação distinta” de outros países do centro da Europa, onde, “mesmo em situação normal, aspetos como a circulação transfronteiriça de doentes já acontece como uma realidade simples”.

Estamos num extremo de uma península e, portanto, com maiores constrangimentos geográficos, mas de qualquer forma, há mecanismos e há formas de obter auxílio e de enquadrar formas de colaboração e, naturalmente, que as estamos a equacionar”, admitiu Marta Temido, ao considerar que é preciso ter a “consciência de que a situação europeia é toda ela preocupante”.

Confrontada com as medidas do novo estado de emergência, Marta Temido diz que Portugal tem um “confinamento extremamente austero”, num contexto em que “os jovens não podem ter frequência escolar”, que “um conjunto de atividades estão económicas encerradas” e em que “os serviços de saúde estão limitados”. “É um momento extremo, em que temos de ter a perceção que as medidas de confinamento são as mais gravosas”, revela.

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Sobre as diferenças entre o confinamento de março a maio e atual, a responsável pela tutela da Saúde salienta as diferenças: “Nada é igual. As pessoas não são as mesmas, as populações atravessaram uma pandemia que dura quase há um ano, que foi forçada em ficar em casa”. É normal, por isso, que o novo estado de emergência seja distinto.

Na mesma entrevista, a ministra da Saúde referiu também que, no âmbito do Serviço Nacional de Saúde, existem cerca de 5.600 pessoas internadas por Covid-19 e mais de 760 em unidades de cuidados intensivos, uma realidade “imaginável” no contexto dos “planos de catástrofe do hospitais” públicos

Nós temos camas disponíveis, o que muito dificilmente conseguimos ainda gerir são os recursos humanos”, admitiu.

Marta Temido salientou ainda que está a ser discutido a utilização de máscaras distintas, como nos restantes países europeus.

Em Portugal, morreram 10.721 pessoas dos 643.113 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.