O Model S da Tesla estava há cerca de dois anos abaixo das expectativas, em matéria de vendas, vítima sobretudo do seu “irmão” mais novo, o Model 3, que apesar de mais pequeno, ultrapassava o topo de gama da marca numa série de situações e características, apenas por ser mais recente. Daí que a Tesla tenha sentido necessidade de proceder a um refinamento do Model S, em linha com o que é habitual na concorrência, tendo-o dotado com melhores argumentos, tanto por dentro como por fora, sem esquecer a mecânica e a performance.

É por fora que as alterações são menos evidentes, com a berlina com quase cinco metros de comprimento a surgir com novos pára-choques dianteiro e traseiro. À semelhança do que já tinha acontecido com o Model 3 no início do ano, os cromados que envolviam as superfícies vidradas, os fechos de porta e os retrovisores exteriores cederam o seu lugar a acabamentos em preto mate.

Mas se por fora as diferenças são de pormenor, já o mesmo não acontece por dentro. O primeiro aspecto que salta à vista é o novo volante, tipo comando de avião, em que a metade superior desaparece para permitir um melhor acesso visual ao painel de instrumentos (com 12,3”), que deixa de estar limitado pelo aro superior do volante. Igualmente evidente é o novo tablier, mais moderno e que parece mais funcional, seguindo a solução mais horizontal iniciada pelos Model 3 e Y. Surge também um novo ecrã central (com 17”), com mais definição, comandos para acesso directo a várias funções e com um desenho horizontal, em substituição do anterior vertical.

Ainda no interior, os bancos são novos e de um novo tipo, o mesmo acontecendo com os painéis de porta e consola. Quem vai atrás passa a ter um ecrã central (com 8”) colocado na continuação da consola, através do qual é possível jogar ou ver filmes, tal como acontece no ecrã frontal.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mas se as diferenças no interior são importantes, o que dizer das alterações mecânicas. A gama troca a anterior solução de três versões, a Long Range, Performance e Plaid, pela Long Range, Plaid e Plaid+, as duas últimas com três motores eléctricos, dois deles no eixo traseiro. O Model S Long Range vê a potência subir, estimando-se que para 670 cv, uma vez que a Tesla não anuncia o rendimento dos dois motores. E a prova é que os 0-100 km/h são agora alcançados ao fim de 3,2 segundos, em vez dos anteriores 3,8, com a velocidade máxima a manter-se em 250 km/h e a autonomia a subir ligeiramente, de 652 para 663 km. O preço também sobe (4000€), sendo proposto por 90.990€.

A versão Plaid é comercializada por 120.990€, mas oferece três motores que fornecem um total de 1020 cv, o que garante 0-100 km/h em 2,1 segundos, melhor do que os 2,5 anunciados pelo anterior Performance. Mas o ganho mais impressionante está na velocidade máxima, que sobe de 261 km/h para 322 km/h. A autonomia continua elevada, mas cai de 639 para 628 km.

O mais exuberante Model S passa a ser o Plaid+, que mantém o preço de 140.990€ da versão que era até aqui conhecida apenas como Plaid. Aquele que passa a ser o topo de gama da berlina da Tesla monta igualmente três motores e possui acima de 1100 cv. Potência que explicará o facto de reivindicar menos de 2,1 segundos de 0-100 km/h, mantendo os 322 km/h de velocidade máxima. Tão importante quanto a maior capacidade de aceleração, é a tremenda autonomia, com o construtor norte-americano a anunciar mais de 837 km entre visitas ao ponto de carga, valor que ainda está pendente de homologação europeia. Os Plaid começarão a ser produzidos durante o primeiro trimestre deste ano, estando o Plaid previsto chegar a Portugal em Setembro, para o Plaid+ começar as entregas antes do final de 2021.

Todos os Model S recorrem a novos motores, com a tecnologia já utilizada nos Model S e Y, mas mais possantes, bem como módulos de baterias redesenhados, sem que o construtor especifique se continua a utilizar as antigas células 18650, as 21700 do Model 3 ou as novas 4680, tipo lata de cerveja.