O número de mortes devido à Covid-19 voltou a subir em Portugal. Este domingo, foram confirmados 303 óbitos na sequência da pandemia, mais dez do que no da anterior. É a segunda vez que Portugal ultrapassa os 300 óbitos diários e atinge os 303, o valor mais alto alguma vez registado no país. A primeira vez foi a 28 de janeiro.
A chegada do fim de janeiro permite olhar para a mortalidade do primeiro mês de 2021, mais letal do que qualquer um de 2020. Ao longo de janeiro, morreram 5.576 em Portugal devido à pandemia, segundo os números divulgados pela Direção-Geral de Saúde (DGS), numa média diária de 179,9 óbitos. Os dias 28 e 31 de janeiro foram os mais mortíferos (303 mortes), e o dia 1 de janeiro aquele em que morreram menos pessoas (66 mortes).
Uma das vítimas mortais tinha entre 30 e 39 anos
Entre as vítimas mortais anunciadas, consta uma mulher na casa dos 30 anos. É a vítima mais nova de uma pandemia que continua a afetar sobretudo os mais velhos.
Nas últimas 24 horas, morreram 217 pessoas com 80 ou mais anos de idade (97 homens e 120 mulheres); 48 com 70 a 79 anos (29 homens e 19 mulheres); e 31 com 60 a 69 anos (21 homens e 10 mulheres). Das 303 vítimas mortais, seis tinham entre 50 e 59 anos (quatro homens e duas mulheres).
Novos casos em queda há três dias consecutivos
Quanto aos novos casos, estes encontram-se há três dias em queda. Em relação a sábado, registou-se uma diminuição de 23,6%, com a comunicação por parte da DGS de 9.498 novas infeções pelo novo coronavírus. O vírus já infetou 720.516 pessoas em Portugal e provocou a morte de 12.482.
Depois de uma descida este sábado, os casos ativos voltaram a subir. São agora 181.623, mais 1.684 do que no dia anterior, um aumento de 0,9%. Portugal volta assim a ultrapassar a barreira dos 180 mil casos ativos, atingida pela primeira vez a 28 de janeiro.
Lisboa e Vale do Tejo permanece região mais afetada pela pandemia com mais de 50% dos novos casos
A região de Lisboa e Vale do Tejo permanece a mais afetada pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com os dados do boletim deste domingo da DGS, nas últimas 24 horas, foram confirmados nesta região 4.834 casos (50,9% do total) e 153 mortes (50,5%). É, portanto, nesta zona do país que se concentram metade dos casos e metade das mortes por Covid-19 em Portugal.
No Norte do país, os números são mais animados: a DGS anunciou 2.651 novos casos (28%) e 48 mortes (15,8%), números que ficam bem abaixo dos de Lisboa e Vale do Tejo e que poderão ser explicados com uma desaceleração que já está a acontecer nesta região. Em declarações ao Jornal de Notícias, Óscar Felgueiras, professor de Matemática especializado em epidemiologia, considerou mesmo ser provável que no Norte já se tenha atingido o pico desta fase da pandemia.
“Provavelmente, no Norte já se passou o pico. A única incerteza é o dia das eleições, mas os dados da mobilidade apontam para um impacto reduzido”, disse o especialista. A manter-se esta tendência, esta semana, começará a registar-se uma descida nos novos casos e “a sentir um alívio nos internamentos” na região. No Centro, e sobretudo em Lisboa e Vale do Tejo, o abrandamento será “mais lento”, previu Óscar Felgueiras.
Segundo o boletim da DGS, o Centro tem mais 1.385 casos de Covid-19 (14,6%) e 77 mortes devido à doença(25,4%). O Alentejo confirmou 254 casos (2,7%) e 16 mortes (5,3%); e o Algarve 233 casos (2,5%) e cinco mortes (1,7%), permanecendo a região de Portugal Continental menos afetada pela pandemia.
A Madeira registou mais 101 novos casos e três mortes e os Açores 40 casos e uma morte.
Internamentos em enfermaria e UCI atingem novo máximo
Depois de uma descida nos internamentos, o boletim da DGS volta a dar conta de uma subida com a entrada de mais 150 doentes nas enfermarias dos hospitais portugueses (2,3% em relação a sábado). O total é agora 6.794, o número mais alto alguma vez registado em Portugal e o mais próximo que o país já esteve dos sete mil internados.
Nos cuidados intensivos (UCI), a situação não é mais animadora. De sábado para este domingo, foram internados mais 15 doentes nestas unidades (um aumento de 1,8%), elevando o total para 858, também um novo máximo em Portugal.
A boa notícia é que, nas últimas 24 horas, foram dados como recuperados 7.511 doentes.