O Conselho Autárquico da Cidade de Maputo anunciou esta quinta-feira a abertura de uma morgue só para vítimas da pandemia e que visa “descongestionar” as restantes morgues da capital face à pressão provocada pelo novo coronavírus.

A infraestrutura com capacidade para 60 corpos “vai funcionar estritamente para óbitos por Covid-19”, disse o diretor municipal de Gestão de Morgues e Cemitérios, Hélder Muando, citado esta quinta-feira pela Rádio Moçambique.

Segundo a fonte, o espaço deverá abrir no dia 10, anexo ao cemitério de Michafutene, em Maputo, e pretende reduzir o risco de contaminação causado pela falta de capacidade nos serviços existentes.

Hélder Muando avançou ainda que decorrem obras de reabilitação na morgue do Hospital Central de Maputo (HCM), o maior de Moçambique, avaliadas em 14 milhões de meticais (156 mil euros).

Atualmente, a morgue do HCM recebe, por dia, nove corpos de vítimas de Covid-19, o que coloca desafios, segundo as autoridades.

Temos de concordar que esta demanda leva a que haja constrangimentos, por exemplo, a nível de recursos humanos. Temos este grande problema”, concluiu.

O Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental moçambicana, classificou na segunda-feira algumas morgues da região de Maputo como locais de risco acrescido para a propagação de Covid-19 devido à falta de condições para lidar com os corpos de vítimas da doença.

Num estudo intitulado “Morgues representam risco de infeção pelo novo coronavírus”, o CIP referiu que a situação nas morgues analisadas é de incumprimento das diretivas emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no tratamento de corpos de vítimas de Covid-19, nomeadamente, formação específica dos recursos humanos, disponibilização de equipamento de proteção individual próprio e intensificação de limpeza e ventilação.

Moçambique tem um total cumulativo de 42.488 casos de infeção pelo novo coronavírus, dos quais 427 morreram e outros 60% estão recuperados.

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