No dia em que a Agência Europeia do Medicamento aprovou a vacina desenvolvida por cientistas da Universidade de Oxford numa parceria com a farmacêutica AstraZeneca, a 29 de janeiro, o Presidente da República francês afirmou publicamente acreditar que a vacina era ineficaz para maiores de 65 anos. As palavras de Emannuel Macron valeram-lhe uma série de críticas e choveram explicações de Oxford: a vacina não será ineficaz, só não é possível aferir para já a sua eficácia nos mais velhos, dados os escassos resultados nestas idades. Por isso a Agência Europeia deixou ao critério de cada país definir o que fazer em relação a esta faixa etária.

Em Portugal, a Comissão Técnica de Vacinação Covid da Direção Geral da Saúde deverá decidir até dia 9 de fevereiro se a aplicação da vacina da AstraZeneca terá limitações em termos faixas etárias. Isto porque será nesse dia que Portugal irá receber as primeiras 113 mil doses dos 3,2 milhões de doses que o nosso país deverá receber daquela farmacêutica através de uma compra conjunta da União Europeia (UE). No total, a UE contratualizou um total de 300 milhões de vacinas da AstraZeneca.

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Apesar das críticas, no entanto, França, a par de Espanha, recebeu este sábado as primeiras doses da vacina da AstraZeneca — para a qual ambos os países estabeleceram regras de administração salvaguardando os mais velhos. Assim, no país presidido por Macron, não se consideraram as pessoas com mais de 65 anos, mas quem tiver 64 ou menos e for profissional de saúde vai levar a vacina.

A recomendação partiu da própria Alta Autoridade da Saúde francesa que considera que todos os que tiverem entre os 50 e os 64 anos podem levar a vacina, com prioridade para todos os que sejam considerados doentes críticos. Este sábado o Ministério da Saúde confirmou que estas primeiras 273.000 doses serão repartidas por mais de uma centena de estabelecimentos e serão destinadas aos profissionais de saúde desta faixa etária Na semana seguinte, o governo francês espera receber outras 304.800 doses, segundo o Le Monde.

França, como Portugal, tinha já autorizadas as vacinas da Pfizer e da Moderna.

Já em Espanha, onde as primeiras 196.800 doses de vacinas da AstraZeneca também chegaram este sábado, a vacina será dada a utentes entre os 18 e os 55 anos, segundo decidiram as autoridades de saúde. Estes destinatários não são profissionais de saúde da linha da frente, mas serão profissionais que trabalham em centros de saúde e centros sociais.

Os ensaios clínicos realizados pela AstraZeneca no Reino Unido, Brasil e em África do Sul mostraram que a vacina era segura e eficaz na prevenção da Covid-19 para maiores de idade. O estudo foi feito em 24 mil pessoas, mas a maioria tinha entre os 18 e os 55 anos, pelo que não participantes mais idosos suficientes que devolvam uma percentagem segura de eficácia no seu caso.

A vacina será administrada em Espanha por duas vezes num intervalo entre de quatro a 12 semanas entre ambas. Para idosos com mais de 80 anos apenas se administram vacinas da Pfizer e da Moderna, escreve o ABC.

Segundo a BBC, outros países tomaram decisões semelhantes. Alemanha, Áustria, Suécia, Noruega, Dinamarca, Holanda, Polónia só recomendam a vacina da AstraZeneca a menores de 65 anos, como a França, já a Itália e a Bélgica, como Espanha, definiram os 55 anos como idade limite.

Fora da União Europeia, na Suíça, a vacina desenvolvida em Oxford não foi sequer aprovada. As autoridades de saúde consideraram que não havia evidência suficiente da sua eficácia.

(Artigo corrigido na parte referente à entidade que em Portugal deverá decidir quem vai tomar esta vacina)