Os portugueses estão a respeitar menos este confinamento do que aquele que ocorreu em março e em abril de 2020, revela um estudo publicado esta segunda-feira pela consultora PSE. Um total de 37% das pessoas em Portugal ficou em casa no primeiro confinamento, número que desce para 24% em 2021. O estudo também revela que após o fecho das escolas o índice de mobilidade baixou, ainda que tenha voltado a subir na última semana.

Neste confinamento, 48% dos portugueses ainda estão “em circulação”. Isto significa que 24% passaram a estar em casa (28% já ficavam em casa antes da pandemia, tendo como referência o período de janeiro a março de 2020), uma descida face aos 37% reportados em março/abril de 2020.

A adesão ao confinamento subiu, porém, quando as escolas encerraram. Antes do dia 15 de janeiro, 31,4% dos portugueses ficavam em casa, sendo que esse número passou a oscilar entre os 46% e os 53% (com exceção para 25 de janeiro) assim que os estabelecimentos escolares encerraram.

O estudo detalha ainda mais pormenores, comparando os dois confinamentos. Os portugueses ficam mais em casa durante os fins de semana, mas saem mais nos dias úteis em 2021. Em 2020, não se registava uma diferença tão substancial entre os dias da semana e o sábado e domingo. A análise avança ainda que as medidas tomadas em outubro do ano passado, que limitavam a circulação durante sábado e domingo, podem ter tido efeito neste comportamento.

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Mas também há parecenças entre os dois confinamentos. As segundas e sextas-feiras surgem como os dias em que se regista um maior deslocamento da população, devido à “vizinhança de fins de semana de restrições”.

Desde que as escolas encerraram a 22 de janeiro, o índice de mobilidade desceu. De 72% no dia 21 passou para 59% no dia 25 de janeiro. No entanto, o estudo dá conta de uma subida sustentada na mobilidade dos portugueses. A 5 de fevereiro, ela já era de 71%, o que denota uma “inversão da tendência de confinamento”. 

A consultora revela que o “confinamento pode estar a dar sinais de menor adesão” e afirma que o desafio das autoridades passa por “controlar o stock de mobilidade” e “aumentar a testagem para identificação e isolamento de casos positivos”. E alerta: “Apesar de à data o número de casos diários reportados pelas autoridades ter diminuído na última semana, este efeito não pode ser dissociado da diminuição de testes”.

Em relação ao confinamento parcial de outubro, a PSE indica que houve uma redução de mobilidade nos fins de semanas, mas em contrapartida houve mais gente na rua aos dias úteis e provocou inclusive “concentrações nas manhãs dos fins-de-semana (particularmente aos sábados)”.

O estudo baseou-se num painel de e 3670 indivíduos representativos do universo, com mais de 15 anos, residentes nas regiões do Grande Porto, Grande Lisboa, Litoral Norte, Litoral Centro e Distrito de Faro.