O chefe do Governo marroquino denunciou esta quinta-feira uma “guerra mediática” e “vitórias imaginárias” da Frente Polisário, que na terça-feira afirmou ter matado três militares marroquinos no sul do país, perto do disputado território do Saara ocidental.

É um novo exemplo da guerra mediática, apoiada por falsas informações divulgadas pela liderança dos separatistas para fazer crer em vitórias imaginárias”, indicou num tweet o primeiro-ministro Saad-Eddine El Othmani, numa referência ao recente ataque reivindicado pela Polisário.

O movimento independentista apoiado pela Argélia referiu-se na terça-feira a uma “operação contra um quartel (…) das forças marroquinas estacionadas em Ouarkziz, no interior de Marrocos”, na região de Akka (sul), segundo um comunicado divulgado pela agência sarauí SPS.

A operação, que permitiu “recolher armas, munições e documentos, fez três mortos nas fileiras marroquinas”, segundo a mesma fonte. Estas informações não foram confirmadas por fontes independentes.

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Por sua vez, o fórum militar FAR-Maroc, uma página não oficial no Facebook das Forças Armadas reais, considerou a operação da Polisário de “rumor malévolo dos inimigos da nação marroquina”.

Não existe outra forma de atacar Akka que não seja através de território argelino e sob o olhar do Exército argelino, o que significa uma declaração explícita de guerra da Argélia face ao reino”, indicou na noite de quarta-feira a página Facebook.

A Polisário afirmar encontrar-se “em estado de guerra de legítima defesa” após Marrocos ter enviado tropas em meados de novembro para a zona tampão de Guerguerat, no extremo sul do Saara ocidental, para expulsar um grupo de militantes sarauís que bloqueavam a única estrada em direção à vizinha Mauritânia.

Marrocos, que afirma respeitar o cessar-fogo, controla mais de dois terços do disputado território, que ocupou em 1975 após a retirada de Espanha desta sua antiga colónia.

O reino da dinastia alauita propõe um plano de autonomia sob a sua soberania, enquanto a Polisário pretende um referendo de autodeterminação, de acordo com os planos da ONU.

As negociações conduzidas pelas Nações Unidos e que envolvem Marrocos e a Frente Polisário, com a Argélia e Mauritânia na qualidade de observadores, estão suspensas desde 2019.

Em outubro, o Conselho de segurança da ONU apelou ao reinício das discussões “destinadas a garantir uma solução política justa” para a “autodeterminação do povo do Saara ocidental”.