O voto de pesar pelo falecimento do tenente-coronel Marcelino da Mata, ex-combatente na guerra do Ultramar, está a criar divisões na bancada do PS. Em causa está um texto que foi consensualizado esta quarta-feira na comissão de Defesa, tendo por base os votos de pesar do PSD e do CDS, no qual o PS votou a favor. E houve quem não gostasse. O grupo parlamentar socialista está esta manhã reunido, via Zoom, a discutir o tema mas a indicação de voto já está definida: PS votará a favor do texto comum, com declaração de voto, e votará contra o voto de pesar do Chega.

Ao que o Observador apurou junto de fontes socialistas, o tema foi levantado esta manhã pelo deputado socialista Jorge Lacão, que pediu à direção do grupo parlamentar para explicar o sentido de voto a favor. Foi aí que Marcos Perestrello, presidente da comissão de Defesa, e Diogo Leão, coordenador do PS para a comissão de Defesa, explicaram aos deputados o porquê de terem votado a favor do texto. É que, segundo apurou o Observador, o texto que foi consensualizado pelo presidente da comissão com base nos votos de pesar dos três partidos da direita é um texto “sóbrio” e que “não glorifica” a figura do militar, não o eleva a “herói” ao mesmo tempo que não o “pune como pária”.

Os argumentos da direção do PS são os de que o voto de pesar está escrito de forma “sóbria”, “equilibrada” e não se dá a “interpretações radicais”. “Limita-se a respeitar a memória do tenente-coronel, é um voto respeitoso”, diz ao Observador uma fonte socialista, rejeitando outras “leituras políticas” que possam estar em causa mas que não estão expressas no texto do voto.

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