Mario Draghi, novo primeiro-ministro italiano, obteve um apoio amplo no parlamento, na linha do alcançado no Senado na quarta-feira, dando início a uma missão de gestão do impacto da pandemia e “reconstrução” do país. O ex-presidente do Banco Central Europeu e a sua equipa recolheram 535 votos a favor e apenas 56 contra e 5 abstenções, na votação na Câmara dos Deputados, ao início da noite.

Antes da votação, o economista de 73 anos afirmou que a nomeação para chefiar o governo, no meio de uma pandemia e de uma profunda crise económica é o “momento de maior emoção e responsabilidade” da sua vida profissional.  Na quarta-feira, a votação no Senado também havia sido confortável, com 262 votos a favor, apenas 40 contra e 2 abstenções.

Draghi apela à reconstrução de Itália no seio de uma Europa “mais integrada”

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Draghi tem defendido que o governo que irá liderar terá como tarefa “uma nova reconstrução” do país, dados os desafios de saúde – a pandemia de Covid-19 fez quase 100 mil mortos no país e a chegada de vacinas tem sido mais lenta do que previsto e também económicos uma recessão de 8,9 por cento em 2020, uma das piores da zona euro, e 440 mil postos de trabalho perdidos.

Draghi foi convidado para formar governo pelo presidente, Sergio Mattarella, na sequência da crise desencadeada com a renúncia ao cargo de Giuseppe Conte em 26 de janeiro depois de o partido Itália Viva, de Matteo Renzi, parceiro da coligação governamental, ter abandonado o governo, deixando-o sem maioria no Parlamento.

Os seus 23 ministros incluem reconhecidos técnicos que vão assumir pastas importantes como a Economia, Interior ou Transição Energética. Draghi conseguiu o apoio de quase todos os partidos representados no Parlamento, condição que havia inicialmente colocado para aceitar a missão.