Duas em cada três pessoas que procuram casa para comprar já são proprietários de pelo menos um imóvel, preferindo habitações com dois ou mais quartos e preço entre 100 e 200 mil euros, revela um inquérito do Idealista.

Praticamente metade dos inquiridos que procuram casa para comprar já são proprietários de uma casa (42,3%), enquanto 9,6% possuem duas casas, 3,1% afirmam possuir três casas e 3,7% são proprietários de mais de três casas”, conclui o estudo.

Baseado em 2.131 respostas a um inquérito realizado no passado mês de janeiro aos utilizadores com pesquisas guardadas naquela plataforma, o trabalho aponta que, pelo contrário, 41,3% dos inquiridos não são proprietários de nenhuma casa.

Segundo o Idealista, o facto de dois terços das pessoas que procuram casa para comprar já serem proprietários de, pelo menos, uma outra casa “poderá ter a ver com o facto de atualmente existirem créditos à habitação com taxas de juro em mínimos históricos”.

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Outro dos motivos avançados é “a estabilidade de um imóvel como investimento em relação a outros ativos, num momento em que o nível de poupança também subiu em termos médios”. A plataforma prevê que “este investimento no mercado poderá levar a um aumento do número de casas para arrendar no futuro e a uma possível descida nos preços”.

A tipologia de casa mais procurada para compra é de um imóvel com, pelo menos, dois quartos e com um preço compreendido entre os 100 mil e os 200 mil euros. Quanto às necessidades de financiamento, a maioria dos potenciais compradores necessita de um crédito à habitação entre 50% e 80% do valor da casa. Em termos de localização, o interesse na compra de casa limita-se ao mesmo município onde residem (50%), enquanto 25,6% procura em outro distrito e 24,4% procura em outras cidades do distrito onde habitam.

As conclusões do inquérito apontam também que o perfil médio de quem procura comprar casa é uma mulher, entre os 36 e 45 anos, que vive em casal, tem filhos e um contrato de trabalho por tempo indeterminado.

E, “ainda que a pandemia não tenha provocado o que se poderia chamar de uma mudança radical de tendências”, o estudo mostra que “originou, de facto, uma alteração nas preferências de quem procura casa”: Cerca de um quinto das pessoas mudou de critérios e motivações e um dos fatores agora em destaque na escolha da habitação a adquirir é a melhoria de qualidade de vida, com 40,1% de respostas.

O inquérito confirma com dados as tendências de mercado que temos vindo a apresentar no Idealista. O confinamento fez com que muitos portugueses se dessem conta que não estão totalmente satisfeitos com as suas casas e que preferiam viver em zonas menos centrais em troca de mais metros quadrados, mais luminosidade, jardins ou terraços”, afirma o porta-voz do Idealista, Ruben Marques, citado num comunicado.

Os resultados evidenciam ainda que a compra de habitação “tende a ser um processo longo, visto que 32,4% dos inquiridos está à procura há mais de um ano”. Apenas 11,1% iniciou a procura há menos de um mês, 18,3% varia entre um e três meses, 21,2% demora entre quatro e seis meses e uma fatia de 17% dedica entre sete e 12 meses ao processo.

No que se refere ao arrendamento, 77,4% das pessoas que procuram casa afirmam que não são proprietárias de nenhum imóvel para habitação, enquanto 16,3% diz possuir já uma casa, 4% indica que têm duas casas como propriedade, 1,1% possui três e 1,2% mais de três.

A tipologia de casa mais procurada para arrendar consiste num imóvel com, pelo menos, dois quartos e preço entre os 450 euros e os 600 euros por mês. Na sua maioria, pretendem destinar ao arrendamento entre 25 a 35% dos seus rendimentos.

O interesse pelo arrendamento limita-se ao mesmo município de onde residem (63,4% do total), enquanto 18,4% procura em outras cidades do distrito de onde residem e 18,1% procura noutro distrito.