O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) considerou esta sexta-feira que o regresso dos alunos ao ensino presencial em 19 de abril foi a data possível, mas esperava voltar mais cedo. “Para nós foi a data possível. Não posso negar que esperávamos poder regressar mais cedo, sobretudo as aulas laboratoriais práticas que são fundamentais para as aprendizagens dos estudantes e sobretudo no politécnico, onde a componente prática desempenha um papel fundamental“, disse à Lusa Pedro Dominguinhos. De acordo com o presidente do CCISP, esta necessidade de regresso é maior sobretudo nas áreas da saúde, onde os estudantes têm de concluir estas aulas laboratoriais.
“Compreendemos as razões evocadas. Compreendemos as determinações do Governo e estamos a trabalhar para o regresso ao ensino presencial, tal como indicam as recomendações do ministério, de forma faseada e gradual. É nesse plano que estamos a trabalhar, para informar docentes e não docentes e estudantes para planearem as suas atividades. Para nós não será complexo o regresso às atividades presenciais“, disse.
O Governo aprovou em reunião do Conselho de Ministros, na quinta-feira, o plano faseado de desconfinamento. Esta planificação prevê o regresso das aulas presenciais para estudantes dos ensinos secundário e superior a partir de 19 de abril.
Entretanto, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, recomendou às instituições científicas e de ensino superior a “disponibilização de condições de testagem para SARS-CoV-2″ e programas “de mitigação” dos efeitos da pandemia na saúde mental dos estudantes.
Em declarações à Lusa, o presidente do CCSIP disse que, ao contrário do que aconteceu com o Ministério da Educação e comunidade educativa em geral, para o Ministério do Ensino Superior não foi aprovado qualquer apoio financeiro ou ajuda para a testagem. “Isto significa que qualquer política de testagem tem de ser suportada pelas instituições. Há várias que têm laboratórios covid alguns até apoiados por programas de financiamento que existiram e estou convencido de que à semelhança do que aconteceu no 1.º semestre existirão testes aleatórios. Numa comunidade tão grande há aqui a necessidade da definição de critérios rigorosos”, realçou. Pedro Dominguinhos frisou que as populações de maior risco serão os primeiros a ser testados. “Massivamente não sei se consigo assumir. Vai depender das condições financeiras de cada instituição”, sublinhou.
No que diz respeito à saúde mental, o presidente do CCISP lembrou que desde o ano passado, as instituições têm vindo a trabalhar num reforço deste apoio. “Tem sido feito um reforço do apoio ao nível da saúde mental e foram disponibilizadas gratuitamente consultas de psicologia. As instituições estão muito atentas a estes problemas e têm vindo a trabalhar nestas áreas”, disse.