A direção do partido tem a “última palavra” na escolha dos candidatos a Lisboa. A garantia – que também é uma resposta a uma notícia do Observador – foi dada este sábado pelo presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, que negou qualquer mal-estar com a concelhia. O nome que vier a ser confirmado para concorrer pelo CDS-PP à capital integrará a coligação PSD/CDS liderada por Carlos Moedas.

“Não confirmo mal-estar rigorosamente nenhum porque nunca o senti”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, que falava aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa.

No final da sua intervenção no arranque do Conselho Nacional de hoje, que foi aberta à comunicação social, o presidente do CDS foi questionado sobre a notícia do Observador que dá conta de que a concelhia de Lisboa aprovou João Gonçalves Pereira como candidato à Câmara Municipal de Lisboa, além de Diogo Moura e Nuno Rocha Correia, mas a direção não quer que o atual vereador integre a coligação.

Convulsão no CDS complica contas a Moedas

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Apontando que, “nos termos do regulamento autárquico” que “estão estabilizados no partido ao longo dos últimos anos”, a “primeira palavra na proposta dos nomes pertence às estruturas de base do partido e “foi isso que fizeram”, Rodrigues dos Santos salientou que “a decisão final e a última palavra pertence à direção do partido”.

“Portanto, este processo está a seguir os trâmites normais que estão fixados no partido há muito tempo” e está “a decorrer com toda a normalidade”, prosseguiu.

O presidente centrista indicou que a direção do partido está “em diálogo permanente com representantes do PSD” para que os dois partidos estabeleçam o programa eleitoral da candidatura e distribuam os lugares da lista e “só depois” serão indicados os nomes dos candidatos.

Questionado se o vereador e líder da distrital de Lisboa, João Gonçalves Pereira – que é crítico da direção e esta semana indicou que vai deixar o parlamento – estará nas listas, Francisco Rodrigues dos Santos indicou que “essa avaliação será feita pela direção nacional do partido no seu tempo próprio”.

“Eu conto com o contributo de todos mas este é o momento, em primeiro lugar, de acertarmos agulhas no que diz respeito ao programa eleitoral, depois procedermos a uma chave de repartição de lugares que permita perceber quais serão ocupados pelo CDS, quais pelo PSD e outros por independentes e só depois aí indicaremos as pessoas com o perfil mais certo para o exercício dessas funções autárquicas”, insistiu.

Recusando que esteja em curso uma guerra aberta entre a direção nacional do CDS-PP e a concelhia de Lisboa, liderada por Diogo Moura, o líder centrista indicou também que não é “pressionável por notícias de jornais” e salientou que gere o CDS-PP “com base nas regras que são aprovadas pelos militantes e pelos procedimentos que estão instituídos de há muitos anos a esta parte”.

“Aqueles que acham que fazendo ruído na comunicação social ou criando a ilusão artificial de que existem guerras ou quezílias internas para levar a água ao seu moinho, garanto-vos que eu não sou minimamente influenciável por isso e vou tomar sempre a decisão que seja mais certa para o partido e que sirva o superior interesse do CDS e que vá ao encontro daquilo que é a expectativa do nosso eleitorado”, frisou igualmente.

Na ocasião, o presidente do CDS-PP foi também questionado se o facto de o CDS apoiar uma eventual recandidatura do atual autarca independente Rui Moreira à Câmara do Porto pode causar algum mal-estar com o PSD, uma vez que os dois partidos assinaram um acordo-quadro que enquadra as regras para coligações autárquicas, Rodrigues dos Santos recusou, reiterando “que faria sentido o CDS reconfirmar a escolha que fez em 2013 e 2017”.

“É um assunto que está bem arrumado com o presidente do PSD”, garantiu, indicando que o facto de a Iniciativa Liberal poder também vir a apoiar o atual autarca portuense “não impede” o apoio do CDS-PP à mesma lista.