A China denunciou esta quarta-feira a “intimidação e hipocrisia” dos europeus, após a convocação de embaixadores chineses em vários países na Europa devido às sanções tomadas por Pequim contra parlamentares e organizações europeias.

A China não aceita essa forma irracional de certos países europeus convocarem os seus embaixadores”, disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, aos jornalistas.

Durante a convocação, os embaixadores chineses “expressaram claramente a posição” do seu país e “protestaram solenemente perante os europeus”.

Na segunda-feira, os Países Baixos, seguidos pela Alemanha, França, Dinamarca, Suécia, Itália e Lituânia na terça-feira, convocaram os embaixadores da China nos seus países.

O regime chinês respondeu com represálias à imposição de sanções pela UE à repressão da minoria muçulmana de uigures na região autónoma de Xinjiang (noroeste).

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China chama embaixador da UE em Pequim depois de sanções sobre Xinjiang

Por meio de um jogo de espelhos, também convocou vários embaixadores europeus colocados em Pequim.

Os europeus permitem-se difamar e atacar os outros e impor sanções arbitrariamente com base em informações falsas e mentiras, mas recusam-se a deixar a China responder e retaliar”, disse Hua.

O caso mais espetacular ocorreu em Paris, onde o Ministério dos Negócios Estrangeiros deu uma severa preleção ao embaixador Lu Shaye na terça-feira, acusando-o de “insultos, injúrias e ameaças” contra um investigador e parlamentares franceses.

Os europeus aprovaram na segunda-feira sanções contra quatro líderes na região chinesa de Xinjiang por violações dos direitos dos uigures. A China ripostou, no mesmo dia, com sanções a pessoas e instituições europeias.

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Entre os sancionados pelas autoridades chinesas, que não poderão entrar no país asiático, estão os eurodeputados alemães Reinhard Bütikofer (presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com a China) e Michael Gahler, o francês Raphaël Glucksmann, o búlgaro Ilhan Kyuchuk e a eslovaca Miriam Lexmann, além de outros políticos, investigadores e quatro instituições.

O investigador alemão Adrian Zenz, cujos relatórios sobre o destino dos uigures na província de Xinjiang provocou fortes protestos de Pequim, também foi sancionado.

Ativistas de direitos humanos estimam que mais de um milhão de uigures e outras minorias predominantemente muçulmanas estão ou foram mantidos em campos nesta região noroeste, onde a China também é acusada de esterilizar mulheres à força e impor trabalho forçado. O Comité Político e de Segurança do Conselho da União Europeia e a Subcomissão dos Direitos do Homem do Parlamento Europeu estão entre os quatro organismos visados pelas sanções chinesas.

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