O anúncio terá sido colocado na Internet em janeiro e rapidamente atraiu um potencial comprador, interessado em pagar 18 mil euros por um relógio da marca de luxo Rolex. Depois do primeiro contacto, revelou em comunicado a Polícia Judiciária, que esta terça-feira procedeu à detenção de três homens, de 64, 43 e 35 anos, vendedor e comprador combinaram encontrar-se num hotel em Lisboa para fechar negócio.

Só após terem acertado valores, no hall do edifício, é que o vendedor terá explicado ao comprador que tinha alugado um quarto, para poderem fazer a transação de forma recatada. Assim que saíram do elevador encontraram-se com os outros dois homens que, sob a ameaça de armas de fogo, roubaram a mochila do comprador, com 18 mil euros em notas.

De acordo com o Correio da Manhã, o cabecilha deste assalto terá sido nada menos do que Sebastião José Malheiro de Sousa, histórico do crime português mais conhecido como Zé Saloio, dono de um extenso cadastro policial, ainda assim composto por “mais absolvições que condenações”.

O homem de 64 anos, que esta quarta-feira já foi ouvido em tribunal, está, tal como os alegados cúmplices, “fortemente indiciado pela prática de crimes de roubo agravado e detenção de arma proibida” acrescentou ainda a PJ, que aquando das detenções apreendeu mais de 12 mil euros em dinheiro e várias réplicas de armas de fogo. As autoridades vão agora continuar as investigações, para apurar se o golpe descrito foi caso único ou se terão sido cometidos outros crimes semelhantes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ainda segundo a PJ, tanto Zé Saloio como os outros dois detidos têm antecedentes pela prática de crimes de roubo com arma de fogo e tráfico de drogas, sendo que um deles, não foi revelado qual, até estava sujeito a apresentações periódicas às autoridades à data do roubo, por crime de burla. Apesar de não ter quaisquer antecedentes criminais, o comprador, que não foi agredido durante o roubo, não terá qualquer profissão conhecida, pelo que falta à polícia apurar a proveniência dos 18 mil euros roubados, acrescenta o Correio da Manhã.

Em 2009, noutra ocasião em que foi detido, na sequência de um roubo de 10 quilos de ouro que arquitetou em conjunto com vários cúmplices, três deles agentes da PSP, Zé Saloio vivia nas Twin Towers, em Lisboa, onde era proprietário de dois apartamentos de luxo.

Na época foi descrito pela imprensa como “uma figura do mundo do crime” que se gabava de pagar avenças a agentes da Polícia Judiciária, para se manter fora da cadeia, e que teria passado de “carteirista a homem rico” em 30 anos.