Nas próximas eleições para o Parlamento britânico, daqui a três anos, só poderão votar eleitores munidos de documento de identificação com fotografia. A alteração à lei, que assim se aproximará da realidade de uma série de outros países, Portugal incluído, tem como objetivo diminuir os índices de fraude eleitoral e deverá ser anunciada esta terça-feira, no tradicional discurso de abertura da sessão legislativa proferido pela Rainha de Inglaterra, para depois ser formalizada mais tarde, pelo governo em funções.

Em antecipação, os críticos já começaram a fazer-se ouvir e a alertar para o facto de jovens, populações mais pobres e minorias étnicas, que mais frequentemente não têm nem carta de condução nem passaporte, poderem ser afastados da democracia. No total, estimam, um quarto da população estará nestas condições.

Se antes bastava aparecer e votar, “sem planeamento prévio”, escreve o Guardian, com esta nova lei vai passar a ser necessária alguma preparação — para além dos documentos preexistentes, o governo já revelou que os cidadãos vão poder solicitar, com antecedência, cartões de eleitores com fotografia nas áreas de residência, mas os ensaios feitos em eleições locais, já em 2019, revelaram que foram centenas as pessoas que não puderam votar por não terem concluído os processos atempadamente.

Para além desta obrigatoriedade, vai ser também limitado o número de votos postais que podem ser enviados em nome de terceiros, com o mesmo fito de reduzir a fraude eleitoral. Isto, salienta o Guardian, numa altura em que a Comissão Nacional de Eleições garante que o Reino Unido “tem níveis baixos de fraude eleitoral comprovada”. Nas últimas eleições para o parlamento, em 2019, uma pessoa foi condenada por se fazer passar por outro eleitor, outra foi admoestada pela polícia quando se preparava para fazer o mesmo.

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