O ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, apontou esta segunda-feira a indústria de defesa europeia como “motor de crescimento económico na Europa“, por estar orientada para a internacionalização, a inovação e a produção de empregos “altamente qualificados“.

Tendo em conta que “contribui diretamente para o Pacto Ecológico Europeu, para a transformação digital e tem efeitos muito importantes noutros setores das economias nacionais”, a indústria de defesa europeia deve ser entendida “como motor do crescimento económico na Europa”, argumentou João Gomes Cravinho num seminário sobre Economia de Defesa Europeia.

O governante sustentou que os setores da defesa estão agora “muito orientados” para a “internacionalização dos negócios”, a “inovação” e a “produção de empregos de elevada qualidade e altamente qualificados”. Nesse sentido, o ministro assinalou a existência de um “contexto favorável” para o desenvolvimento da indústria de defesa europeia, ressalvando, no entanto, haver ainda “um enorme trabalho pela frente“.

A resiliência da nossa indústria de defesa deve ser uma prioridade, o que implica olhar para as cadeias de abastecimento que são críticas para o setor e abordar os impactos da regulamentação na nossa capacidade de responder a um ambiente de segurança volátil”, sublinhou.

Também a “cibersegurança” e a “corrupção” têm de ser abordadas no âmbito do esforço coletivo europeu, defendeu, a par com a “identificação adequada de parceiros prioritários e fiáveis fora da União Europeia [UE]”.

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João Gomes Cravinho destacou, por outro lado, a necessidade de “alinhar melhor os ciclos de desenvolvimento de capacidades” da UE e da NATO, o que ajudará a “melhorar a gestão do investimento com o resultado final“.

Ambas as instituições terão, “individualmente, maior capacidade e um conjunto coerente de forças à disposição da UE para atuar sozinha quando necessário e em parceria com a Aliança sempre que possível”, considerou o ministro. Constatando que “a grande maioria das empresas europeias no domínio da Defesa são pequenas e médias empresas (PME)“, o ministro apelou ainda à necessidade “fundamental” de nivelar as condições de concorrência.

Os regulamentos recentemente aprovados para o Fundo Europeu de Defesa representam um passo na direção certa, mas isso é apenas o começo”, disse.

João Gomes Cravinho defendeu, nesse sentido, “uma representação geográfica equilibrada“, através do reforço da capacidade nacional e assegurando que “todos os representantes nacionais da Base Tecnológica e Industrial de Defesa tenham uma voz no diálogo com as instituições da UE”.

O ministro apontou, por fim, a necessidade de avaliar de forma realista o estado atual da Base Tecnológica e Industrial de Defesa Europeia, de forma a criar um “plano de ação para operacionalizar uma estratégia europeia” nessa matéria.

“Não podemos correr o risco de, enquanto trabalhamos em dossiês importantes como a Bússola Estratégica, a implementação da nova estratégia espacial da UE, a implementação do Fundo Europeu de Defesa, não abordar adequadamente as capacidades de que necessitamos para sustentar esses esforços”, concluiu.

João Gomes Cravinho participou na sessão de abertura de um seminário sobre Economia de Defesa Europeia, organizado pela idD — Portugal Defence, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).