Apesar de a evolução da pandemia de Covid-19 se ter agravado em Lisboa, há muitos testes — gratuitos — que estão por utilizar na capital. O programa Lisboa Protege, criado por Fernando Medina há um mês, não está a ser aproveitado: neste espaço de tempo, só 29 vouchers daquele programa, que garantiriam testes gratuitos, foram emitidos e só um destes foi utilizado.

Como conta o Público na sua edição desta quarta-feira, o programa em causa foi criado para as empresas e comerciantes que tenham sofrido quebras de mais de 25% da faturação com a pandemia, e que podem assim garantir que cada funcionário — mesmo que resida fora de Lisboa — tem direito a dois testes à Covid-19 por mês.

Assim, e apesar das empresas de restauração e comércio abrangidas por este programa serem mais de cinco mil e empregarem mais de seis mil trabalhadores, o impacto está a ser muito curto. Mais eficaz estará a ser a disponibilização de testes gratuitos para residentes em algumas farmácias na cidade — neste regime, conta o mesmo jornal, já foram feitos cinco mil testes só na última semana.

Covid-19. Concelho de Lisboa vai antecipar os testes nas escolas e montar postos móveis de testagem

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A notícia chega numa altura em que Lisboa atravessa uma situação complicada, que já trouxe um reforço de medidas para controlar a pandemia na capital. Esta terça-feira à noite, na TVI24, Fernando Medina pedia um “esforço coletivo” para que Lisboa não passe, nas próximas semanas, do patamar de risco dos 240 casos por 100 mil habitantes (como este domingo já acontecia nalgumas freguesias).

Também na terça-feira, as autoridades anunciaram uma série de medidas de reforço do controlo da pandemia para Lisboa em concreto. O esforço principal terá a ver com a testagem, que será reforçada, ao mesmo tempo que serão colocados novos postos móveis na cidade para facilitar o processo (por exemplo, em zonas de concentração de jovens, como o Cais do Sodré e o Bairro Alto). O Governo chegou a anunciar que a vacinação também seria acelerada em Lisboa, mas afinal o ritmo será igual ao resto do país.

A região de Lisboa e Vale do Tejo continua a ser aquela em que se registam mais novos casos, com um aumento de 175 contágios de segunda para terça-feira, o que representa 46,7% no país.