Os procuradores pediram 30 anos de prisão para o ex-polícia Derek Chauvin declarado como culpado pela morte do afro-americano George Floyd, em maio passado, escreve a BBC que cita documentos do tribunal revelados na quarta-feira. A 20 de abril, o júri tinha declarado o ex-polícia Derek Chauvin como culpado e a pena que lhe será aplica pelo juiz deverá ser conhecida a 25 de junho.

Já Derek Chauvin pediu ao tribunal uma pena ligeira, alegando ter cometido “um erro de boa-fé”. Em documentos enviados antes da audiência de 25 de junho, o ex-polícia pediu uma pena de prisão limitada ao tempo já cumprido e um período de liberdade condicional.

Chauvin solicitou “que o tribunal lhe conceda circunstâncias atenuantes” e mantenha uma pena inferior à prática no Estado do Minnesota (cerca de 12 anos de prisão), escreveu o seu advogado, Eric Nelson. “A sua condenação por atos cometidos no exercício da função de polícia aumenta consideravelmente o risco de se tornar um alvo na prisão”, sustentou o advogado, que invoca ainda a ausência de cadastro do seu cliente e o “respeito pelo procedimento judicial, apesar do estigma” que sobre si se abateu.

Quanto ao crime em si, Chauvin garante que “não sabia que o havia cometido” e que, na sua mente, “estava a cumprir a sua missão de ajudar os outros polícias a prender George Floyd”, cujo pescoço pressionou com o joelho durante quase 10 minutos, indiferente aos seus apelos e queixas sobre a incapacidade de respirar.

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O júri considerou que o ex-polícia da cidade norte-americana de Minneapoli era culpado de todos os três crimes de homicídio de que foi acusado: homicídio não intencional em segundo grau (punível até 40 anos de prisão), homicídio em terceiro grau (punível até 25 anos de prisão) e homicídio involuntário de segundo grau (punível até 10 anos). Como não tem antecedentes criminais, Chauvin só poderá ser condenado a um máximo de 12 anos e meio de prisão por cada uma das duas primeiras acusações e a quatro anos de prisão pela terceira — num máximo de 29 anos. 

Júri declara polícia Derek Chauvin culpado da morte de George Floyd

Nas alegações finais, o procurador Steve Schleicher tinha considerado “excessivo” e “não razoável” o uso da força de Derek Chauvin no momento em que imobilizou George Floyd durante a detenção, no dia 25 de maio de 2020. Floyd acabou por morrer, provocando uma onde de indignação pelo mundo e protestos pacíficos e violentos nos EUA. O procurador considerou “extremamente desproporcional” os nove minutos e 29 segundos em que Floyd esteve pressionado pelo joelho do polícia.

“Isto não foi uma ação policia, foi um assassinato. O réu é culpado das três acusações e não há desculpa”, referiu o procurador da acusação de Derek Chauvin.

Por outro lado, o advogado de Derek Chauvin defendeu o ex-polícia com o argumento de que George Floyd pode ter sofrido de envenenamento por monóxido de carbono, por estar próximo do tubo de escape quando foi imobilizado. Eric Nelson levou para o julgamento um patologista forense que admitiu que pode ter havido outros fatores a contribuir para a morte de Floyd e Martin Tobin assegurou que o monóxido de carbono podia ter contribuído para a morte.