O processo de vacinação contra a Covid-19 em Portugal está com o “acelerador a fundo”, incluindo em Lisboa e Vale do Tejo, onde a situação epidemiológica é mais grave, afirmou esta quinta-feira, o coordenador do plano nacional, Gouveia e Melo, em declarações aos jornalistas na Madeira, para assinalar a inoculação 200 mil na região autónoma.

“Nós estamos com o acelerador a fundo, não conseguimos acelerar mais porque, para a acelerar mais, é preciso haver mais vacinas. E as vacinas não dependem de nós”, disse. “Não fazemos milagres. O milagre que pudemos fazer e que estava dependente de nós era ter a capacidade de administrar a vacina. Esse foi feito, a capacidade existe”, afirmou em declarações aos jornalistas.

Ainda assim, a capacidade criada está sempre dependente do número de vacinas disponíveis, ressalva. “Se houver uma redução das entregas de vacinas ou se, por algum motivo, houver limitação da utilização de certo tipo de vacinas isso tem um impacto imediato da nossa utilização de vacinas”, notou o responsável.

O coordenador da task force alertou para alguns incumprimentos dos fornecedores em termos de datas e quantidades de vacinas, vincando que “essas coisas já acontecem há bastante tempo”, mas mantém o mês de agosto como meta para atingir a inoculação de 70% da população portuguesa. “Significa que a nossa margem de erro, neste momento, são 15 dias para a frente, se correr tudo muito bem, ou 15 dias para trás, se continuarem as expetativas de alguns atrasos nas entregas das vacinas”, disse, reforçando: “Posso dizer que a data de 8 de agosto é a data intermédia, em que pode andar duas semanas para trás ou duas semanas para a frente, com os dados que temos hoje.”

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Gouveia e Melo nota que o país — considerando os números das regiões autónomas da Madeira e dos Açores — inoculou mais de 100 mil vacinas por dia, na última semana.

Madeira pode voltar a entrar na lista verde do Reino Unido

Pedro Calado, vice-presidente do Governo da Madeira acompanhou Gouveia e Melo nesta visita e, em declarações aos jornalistas, diz estar à espera da confirmação oficial, mas admite que a Madeira poderá voltar a entrar no corredor verde de viagens do Reino Unido. Pedro Calado diz ser resultado de “uma discriminação positiva” que a região autónoma tinha solicitado ao governo britânico.

“Tivemos contactos de vários órgãos de comunicação social do Reino Unido em que a Madeira poderia ser novamente reposta na lista verde do país. É o reconhecimento do trabalho que tem sido desenvolvido na região, é também o reconhecimento da discriminação positiva que o Governo regional tinha solicitado ao Reino Unido para a região autónoma”, afirmou, dizendo que era necessário olhar para a “realidade específica” da Madeira.

“A maior parte dos voos são feitos do Reino Unido diretamente para a Madeira, sem passar pelo continente, não havia qualquer motivo para nos terem retirado. O Reino Unido representa mais de 20% da totalidade dos turistas, estamos a aguardar oficialmente essa confirmação”, disse.