Muito antes de surgirem os automóveis eléctricos, já havia queixas regulares de condutores que acusavam os seus automóveis de acelerarem sozinhos. Tradicionalmente, tratavam-se de veículos equipados com caixa automática, motores potentes e programadores de velocidade (cruise control), e os motivos eram conhecidos. Alegadamente, os condutores carregavam sem querer no botão que accionava o sistema e o veículo acelerava para recuperar para a velocidade para a qual estava programado.

Agora com os eléctricos, com sistemas de ajuda mais avançados, a questão é ainda mais fácil de acontecer, o que explica um grande grupo de proprietários de modelos da Tesla (existirão queixas similares em relação a outros fabricantes) que acusam os seus modelos de acelerarem sem motivo aparente.

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A autoridade chinesa que trata dos problemas de segurança rodoviária entrou em contacto com o fabricante que, sem ter de chamar os carros à oficina, verificou o software de cada um dos veículos envolvidos e descobriu que todos tinham visto o Autopilot activado, sistema que, mesmo nas versões mais simples, inclui o tal programador de velocidade.

Como os responsáveis chineses pediram uma solução, a Tesla enviou-a over-the-air (OTA) para 285.000 veículos, numa questão de segundos. Sem nenhum ter que visitar a oficina ou ter de continuar a circular com um modelo ainda com o problema para resolver, todos os clientes usufruíram de uma actualização de software.

Ao que parece, a actualização OTA alterou ligeiramente a forma como o Autopilot se activa. Paralelamente, passou a existir um som mais evidente, tipo badalo, sempre que o Autopilot é accionado, para os condutores mais distraídos.