O ex-presidente do Conselho Europeu e atual líder do principal partido da oposição na Polónia, Donald Tusk, denunciou esta terça-feira ser vítima, “ao longo das 24 horas do dia”, de “ameaças de morte” e de “tentativas de intimidação e assédio”.
Nas mesmas declarações, Donald Tusk, igualmente ex-primeiro-ministro polaco (2007-2014), também apontou que os media estatais, controlados pelo executivo polaco liderado pelo partido nacionalista conservador Lei e Justiça (PiS), são responsáveis por tais ações e de “organizar uma campanha de ódio”.
No sábado passado, Donald Tusk regressou às fileiras da política polaca, ao ser eleito líder da Plataforma Cívica, a principal força da oposição na Polónia. Numa conferência de imprensa realizada no Senado polaco, onde se encontrou com o presidente daquela câmara (Tomasz Grodzki), Donald Tusk afirmou sentir-se “impressionado” com as “constantes agressões” de que tem sido alvo, denunciando uma “campanha de ódio orquestrada pelo PiS e pelos meios de comunicação estatais”.
“O ataque contra a minha pessoa e contra a minha família dura 24 horas por dia”, declarou o político, frisando o impacto negativo destas ações na vida dos seus filhos. “Todas as ameaças, tentativas de intimidação e assédio na Internet são denunciadas pela minha família à polícia”, prosseguiu, assegurando, no entanto, que muitas destas queixas não são investigadas.
Donald Tusk, agora regressado à linha da frente da disputa política na Polónia (o país tem eleições marcadas para 2023), tem sido um alvo frequente dos media pró-governamentais ao longo dos últimos anos.
Nas declarações no Senado, o político lamentou o ambiente “de agressividade e de ódio” que tem constatado nos meios de comunicação social, nos fóruns e nas redes sociais na Polónia, “especialmente naqueles que são geridos pelo PiS”, considerando que esta “onda de ódio” tem vindo a ser criada ao longo dos últimos anos.
Como exemplo dessa “onda de ódio”, Donald Tusk recordou o caso do presidente da câmara de Gdansk, Pawel Adamowicz, que foi assassinado em janeiro de 2019 por um homem que, antes de cometer o crime, manifestou abertamente ser contra o partido Plataforma Cívica.