Dez crianças belgas, filhos de combatentes jihadistas, e seis mulheres regressaram na sexta-feira à Bélgica, numa operação de repatriamento, depois de terem deixado o campo de refugiados de Roj, na Síria, informou a agência noticiosa AFP. De acordo com a AFP, esta operação de repatriamento é a mais importante organizada pelas autoridades belgas desde a queda do grupo terrorista Estado Islâmico, em 2019.

Em 4 de março, um dia depois da aprovação dos serviços antiterrorismo, o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, prometeu “fazer de tudo” para repatriar os menores de 12 anos. Na altura, Alexander De Croo havia dito que era uma questão de “segurança” para o país.

A Organização de Coordenação para a Análise da Ameaça (OCAM) belga manifestou preocupação pelas crianças e pelas mulheres, dizendo que precisam de “monitorização permanente” e que é “muito mais fácil” de garantir na Bélgica.

No regresso à Bélgica, as seis mães foram detidas e presentes a tribunal, enquanto as crianças foram entregues à comissão de proteção de crianças e jovens belga, após exames médicos, adiantou o jornal de referência Le Soir. Contactados pela AFP, nem o gabinete do primeiro-ministro, nem o Ministério Público belga quiseram comentar a operação de repatriamento.

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Por seu lado, Heidi De Pauw, da associação Child Focus, elogiou a “coragem” do governo e disse estar “feliz” por as crianças terem conseguido “fugir aos perigos de territórios em guerra”. “Esperemos que possam viver a sua infância em completo anonimato e que os seus direitos como crianças, como o acesso à educação e à saúde, sejam respeitados”, acrescentou a dirigente numa mensagem enviada à AFP.

Heidi De Pauw acompanhou uma missão belga, em 2019, que permitiu repatriar seis crianças e adolescentes, órfãos ou vítimas de rapto parental. Desta vez, a operação de repatriamento do governo belga foi organizada em várias fases.

Em conjunto com a França, a Bélgica é um dos países europeus que viu sair mais combatentes jihadistas, após a guerra na Síria em 2011. Desde 2012, mais de 400 belgas partiram para o Médio Oriente. No início do ano, investigadores estimaram que cerca de 40 menores belgas ainda se encontravam na Síria.