Pelo menos 168 pessoas morreram na sequência das chuvas torrenciais e das consequentes inundações e enxurradas que afetaram nos últimos dias a Alemanha e a Bélgica, indicou este sábado à tarde um novo balanço das autoridades destes dois países. As autoridades alertam ainda que estes números podem vir a aumentar, uma vez que cerca de 1.300 pessoas no condado de Ahrweiler continuam desaparecidas.

Na noite deste sábado, no distrito de Heinsberg um dique do rio Nur rebentou o que obrigou à evacuação do distrito de Ophoven em Wassberg com a retirada de cerca de 700 pessoas.

Nas áreas afetadas estavam, segundo o ministério do Interior alemão cerca de 22 mil bombeiros e organizações de ajuda além de cerca de um milhar de agentes da polícia.

A chanceler Angela Merkel visitará as áreas afetadas em Renânia-Platinado no domingo, já na Bélgica o primeiro ministro Alexander De Croo esteve em Rochefort acompanhado pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o vice-primerio ministro Pierre-Yves Dermagne e um dos autarcas da zona atingida pelas cheias.

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Ainda que a chuva já tenha parado, a pressão nos cursos de água continua a ser elevada e em Bessel, na província de Limburg, os residentes das zonas perto do rio Mass estão a ser convidadas a sair de casa.

“Mesmo que a água não chegue ao topo já existe pressão nos diques”, explica a autarquia local citada pelos jornais nacionais. “A pressão de tanta água é grande e, portanto, há sempre alguma hipótese que um dique possa rebentar e então a água irá fluir rapidamente para essa área junto ao rio”, frisam aconselhando os munícipes a sair.

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O nível da água no rio Maas perto de Sint Pieter, nas redondezas de Maastricht, atingiu o nível mais alto na noite de quinta-feira com uma descarga de 3.260 metros cúbicos por segundo. O nível mais alto que o rio atingiu desde o início das medições em 1911. Apenas em 1926 e 1993 foram registadas descargas superiores a 3.000 metros cúbicos por segundo. No domingo, a descarga em Sint Pieter já terá caído para menos de 1.500 metros cúbicos por segundo, de acordo com o ministério das Infraestruturas e Ambiente belga.