A Repsol obteve lucros de 1.235 milhões de euros no primeiro semestre, contra perdas de 2.484 milhões de euros no mesmo período de 2020, foi anunciado esta quinta-feira.
Segundo um comunicado enviado à Comissão Nacional do Mercado de Valores Mobiliários espanhola (CNMV), a companhia petrolífera sublinha que os lucros foram atingidos graças ao início da recuperação da procura de petróleo, que ainda está abaixo dos níveis de 2019, e à melhoria dos preços das matérias-primas.
Este resultado líquido traduz um aumento de 9% em relação ao primeiro semestre de 2019, o ano anterior à pandemia, quando obteve um lucro de 1.133 milhões de euros.
O resultado bruto de exploração (EBITDA) foi de 3.635 milhões de euros, seis vezes mais do que no primeiro semestre de 2020.
A empresa alcançou um fluxo de caixa positivo em todos os segmentos no primeiro semestre do ano e conseguiu reduzir a dívida líquida para 6.386 milhões de euros, menos 6%.
O fluxo de caixa operacional positivo da Repsol totalizou 1.932 milhões de euros, mais do dobro do que em 2020, e o fluxo de caixa livre, também positivo em todos os segmentos, totalizou 955 milhões.
A área de exploração e produção alcançou um resultado líquido ajustado de 678 milhões de euros entre janeiro e junho de 2021, contra perdas de 51 milhões de euros no mesmo período do ano anterior.
O resultado foi também 4,9% superior ao de 646 milhões de euros registado no primeiro semestre de 2019.
Segundo a Repsol, a otimização das operações e as reduções de custos permitiram aproveitar ao máximo o aumento dos preços médios dos hidrocarbonetos em comparação com o mesmo período de 2020, que foi de 62% para o petróleo Brent e 56% para o gás Henry Hub.
A produção média nos primeiros seis meses do ano ascendeu a 599.300 barris equivalentes de petróleo por dia.
A divisão industrial registou um lucro líquido ajustado de 239 milhões de euros no primeiro semestre de 2021, menos 19,3% do que no mesmo período em 2020, quando ganhou 296 milhões de euros.
Este negócio está a ser afetado pela pandemia de Covid-19 e pela transição energética, que vai exigir grandes projetos e investimentos nos próximos anos para alcançar os objetivos de transformação e descarbonização da Repsol.
A empresa realizou paragens nos complexos industriais no primeiro semestre do ano para adaptar as operações num ambiente de margens baixas, o que pesou sobre o negócio de refinação.
Na área industrial, o desempenho do negócio dos químicos foi notável.
A área comercial e de renováveis registou um lucro de 228 milhões de euros, mais 40% do que os 163 milhões de euros do primeiro semestre do ano anterior.
Dentro desta área, o negócio da mobilidade melhorou significativamente os números após as restrições e o confinamento em vigor em Espanha em 2020.
No segundo trimestre de 2021, as vendas nas estações de serviço em Espanha melhoraram 53% em comparação com o mesmo período em 2020, quando a população estava confinada e a mobilidade estava severamente restringida.
Além disso, no segundo trimestre de 2021, o negócio da aviação também teve um desempenho mais positivo por razões semelhantes, enquanto as renováveis e geração de baixo carbono continuaram a aumentar a sua contribuição para o grupo.
A empresa investiu 1.061 milhões nos primeiros seis meses do ano, menos 4,7% do que no mesmo período do ano anterior.
A maioria dos investimentos foi feita na área comercial e de renováveis, com um crescimento de 59,5% em relação ao primeiro semestre de 2020, tendo atingido 413 milhões de euros.
O presidente executivo (CEO) da Repsol, Josu Jon Imaz, disse que as medidas que a empresa adotou estão a permitir-lhe capturar o máximo valor possível, tirando partido imediato dos sinais de recuperação, com sinais que a aproximam dos níveis pré-pandemia.