Raven Saunders, vice-campeã olímpica de lançamento do peso, utilizou a sua subida ao pódio esta segunda-feira para fazer um gesto político, erguendo os braços em forma de X por cima da cabeça. Aos jornalistas, explicou o significado do gesto: “É a interseção onde todas as pessoas que foram oprimidas se encontram.”

A norte-americana, de 25 anos, conquistou a medalha de prata no dia anterior no lançamento do peso, tendo perdido apenas para a atleta chinesa Lijiao Gong. Mulher, negra e gay, chamou a atenção pelo cabelo colorido de verde e roxo e pela máscara de Hulk — e a sua história de vida é uma verdadeira prova de superação, indo desde os Olímpicos de 2016 a uma tentativa de suicídio e regressando agora para uma medalha.

A depressão, o quase suicídio, a ascensão como ícone e a medalha olímpica: como a vida de Raven “Hulk” Saunders mudou em cinco anos

Logo a seguir à sua prova, Saunders aproveitou para dizer que queria ser ela própria e “não ter de pedir desculpas”. A sua presença nos Jogos, assegurou, tinha como principal objetivo dar esperança “a todas as pessoas no mundo inteiro que estão a lutar e que não têm uma plataforma onde possam falar em nome próprio”. Esta segunda-feira, deixou ainda mais claro essa intenção ao fazer o gesto no pódio e atribuir-lhe um claro significado político.

Um porta-voz do Comité Olímpico Internacional (COI) já reagiu ao gesto e disse que o órgão está a analisar o caso, de acordo com a BBC. Isto porque o Comité Olímpico Internacional relaxou as regras que proíbem demonstrações políticas nos Jogos Olímpicos, mas deixou claro que tal continua a ser expressamente proibido no pódio. Não é sequer certo que sanção lhe poderá ser aplicada, já que tal nunca foi discriminado pelo organismo.

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