O Governo vai abrir esta terça-feira um novo processo de recrutamento para entrada de 475 funcionários públicos, segundo Alexandra Leitão, ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública. Em entrevista ao jornal Eco, a ministra adianta ainda que as contratações vão continuar em 2022.

Para já, o Estado vai contratar 475 técnicos superiores, mas Alexandra Leitão revela que haverá uma outra vaga no próximo ano, com mais cerca de mil funcionários, também técnicos superiores, embora esse número ainda não esteja fechado. Até ao momento, esta legislatura teve 400 colocações no Estado, por via do Processo de Recrutamento Centralizado.

Apesar de constatar “um crescimento consistente no número de trabalhadores na Administração Pública”, a ministra entende que “não há trabalhadores a mais” e que é necessária “uma mudança no perfil” dos funcionários do Estado, tendo em conta que “só 1/4 é que são técnicos superiores”. “Há cada vez mais funções que se tornam desnecessárias, como sejam muitas tarefas dos assistentes operacionais e dos assistentes técnicos, mas continuamos a precisar cada vez mais de gente qualificada”. Alexandra Leitão dá o exemplo de “juristas, economistas, engenheiros, sociólogos”.

A ministra reconhece que essa mudança de perfil tem consequências na despesa do Estado: “Nós teremos uma Administração Pública que será mais cara, porque se eu substituo um assistente operacional por um técnico superior, será mais cara”, reconhece Alexandra Leitão, para quem uma Administração Pública qualificada “obviamente não pode ser mais barata” do que atualmente. “Nós não queremos uma Administração Pública barata, queremos uma Administração Pública produtiva e qualificada”.

Alexandra Leitão considera que o Estado precisa de ter “capacidade para atrair, para contratar mais técnicos superiores jovens e qualificados” e, por isso, espera que o Orçamento do Estado para 2022 permita financiar as alterações previstas para as carreiras dos funcionários públicos.

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