A Iniciativa Liberal lamentou esta quarta-feira que as médias nos exames nacionais tenham descido na maioria das disciplinas, apontando “o falhanço da gestão do Governo” na Educação e criticando o favorecimento dos alunos que fizeram exames no ano passado.

“A Iniciativa Liberal recebe os resultados da 1ª fase dos Exames Nacionais com consternação. Infelizmente, confirma-se o falhanço da gestão do Governo na área da Educação em termos gerais e o absoluto descontrolo da situação durante a pandemia”, escrevem os liberais num comunicado enviado à imprensa, intitulado “Ministério da Educação, um falhanço anunciado”.

Na ótica do partido, “as promessas falhadas de disponibilização de meios de ensino à distância”, “o encerramento das atividades letivas presenciais durante vários meses (Portugal é um dos países onde as escolas permaneceram fechadas durante mais tempo durante o ano de 2020)” e a “incapacidade de organizar o sistema agravaram as deficiências de um modelo que é, já de si, orientado para a promoção da mediocridade”.

Segundo a IL, “as políticas educativas escolhidas pelo Governo socialista estão erradas, são mal executadas e os alunos e as famílias são as suas vítimas”.

“Acresce que, para além de promover a degradação do sistema e dos resultados, o Governo introduziu ainda grande iniquidade no processo de avaliação uma vez que, para tentar iludir a sua responsabilidade na gestão ruinosa do ano letivo 2019/20, inflacionou artificialmente as notas dos exames desse ano, provocando um favorecimento inaceitável dos alunos que agora se candidatam ao Ensino Superior com base nesses resultados”, apontam.

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Mostrando-se inconformados com “a degradação do sistema educativo promovida pela governação socialista”, o partido representado na Assembleia da República por João Cotrim Figueiredo manifesta “solidariedade” aos alunos e famílias “prejudicados pela incompetência” do primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

“É urgente trilhar novos caminhos na Educação, devolvendo o poder de escolha às famílias, estabelecendo o mérito como critério fundamental do sistema e assegurando uma recuperação efetiva de aprendizagens daqueles que manifestam maiores dificuldades. Portugal não pode continuar a sacrificar o único elevador social reconhecidamente eficaz quando bem gerido, com prejuízo sobretudo dos mais desfavorecidos, em nome de preconceitos ideológicos”, concluem.

As médias nos exames nacionais desceram na maioria das disciplinas, num ano em que o grau de dificuldade das provas aumentou ligeiramente, mas só Física e Química ficou abaixo do 10, com uma queda de mais de três valores.

De acordo com os dados do Júri Nacional de Exames, divulgados na segunda-feira pelo Ministério da Educação, as notas médias nos exames do 12.º ano desceram em quase todas as disciplinas, depois de terem subido no ano anterior, em que foram introduzidas regras excecionais que beneficiaram os alunos, devido à pandemia.