O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, insistiu esta quinta-feira que as crianças entre os 12 e os 15 anos de idade devem ser vacinadas contra a Covid-19 — e comparou a vacinação dos mais novos à utilidade das máscaras.
“Todos nós nos recordamos que no início havia dúvidas quanto à utilidade das máscaras. Eu andei a pregar no deserto durante umas semanas ou meses acerca da utilidade das máscaras e dois meses depois concluía-se que eram fundamentais. Dois meses antes eram desnecessárias e contraproducentes”, disse Marcelo aos jornalistas a partir do Palácio de Belém.
“Estou muito esperançado que seja rápida a vacinação dos que estão entre os 16 e os 17 anos, e que seja possível ulteriormente chegar-se àquilo que ainda não é para agora, mas que espero que venha a acontecer no futuro, nas idades entre os 12 e os 15 anos. Já acontece na Madeira, mas espero que venha a acontecer nos Açores e no continente”, acrescentou o chefe de Estado.
“As dúvidas que existem quanto à vacinação em idades mais baixas não são tanto dúvidas de princípio quanto, como ontem esclareciam as autoridades sanitárias, de momento. Não se discute o momento, diz-se que nesta fase ainda não. Mas temos de ter paciência”, disse.
Marcelo aproveitou também para elogiar a decisão do Governo de prosseguir com a reabertura gradual da sociedade e da economia.
“Eu estava no Brasil quando foi tomada pelo Governo a decisão, uma boa decisão, de abrir mais a economia e a sociedade portuguesa. Os números têm dado razão a essa postura, a essa posição do Governo, e espero que a vacinação vá avançando de acordo com as prioridades que estão definidas, incluindo até ao limite possível, a população portuguesa”, afirmou Marcelo.
Atualmente, em Portugal são vacinadas as pessoas acima dos 16 anos de idade. A recomendação da Direção Geral de Saúde sobre a vacinação das crianças mais novas é para que apenas sejam imunizadas aquelas que têm um conjunto de comorbilidades associadas. A exceção é a Região Autónoma da Madeira, onde as crianças a partir dos 12 anos já estão a ser vacinadas por decisão da autoridade regional de saúde, que tem autonomia face às autoridades nacionais.