Há dois novos modelos dos smartphones dobráveis da Samsung, o Z Flip 3 e o Galaxy Fold 3 — que tem uma câmara debaixo do ecrã — , auriculares sem fios, os Galaxy Buds 2, e relógios inteligentes, os Galaxy Watch 4. Como tem feito todos os anos por volta desta altura do ano, a empresa sul-coreana divulgou os novos modelos topo de gama com os quais quer liderar o mercado. Há apenas uma ausência: ao contrário do passado, não foi revelado um modelo Note. Mesmo assim, e em antecipação deste evento, o Observador experimentou as principais novidades e mostramos-lhe tudo o que foi revelado, até a câmara escondida do Fold 3.

Devido à pandemia de Covid-19, e à semelhança do “Galaxy Unpacked” (nome dado ao evento) de 2020, a apresentação foi transmitida através da internet. Sem novo Note, a palavra de ordem este ano é ecrãs dobráveis. O último Note que foi anunciado foi o Note20, o smartphone topo de gama da marca, conhecido por ter incorporada uma caneta para escrever no ecrã e que agora também funcionará nestes novos modelos com ecrãs dobráveis. E sim, tem estado a ler bem. Ecrãs de smartphones dobráveis, uma tecnologia que já não é nova e que a Samsung quer pôr mais gente a usar com o GalaxyZ Fold 3 e o ZFlip 3. “É a hora de tornar isto algo massificado”, disse a marca numa apresentação prévia ao evento.

O GalaxyZ Fold 3 5G tem uma câmara escondida e deixa que se escreva no ecrã 

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Começamos com o GalaxyZ Fold 3. À semelhança dos modelos anteriores, este telemóvel tem um ecrã frontal de 6,2 polegadas e, quando está aberto em “modo tablet”, revela um ecrã de 7,6 polegadas. O telemóvel utiliza um poderoso processador Snapdragon 888 5G, da Qualcomm, é resistente à agua (IPX8) e tem uma película protetora interior que é “80% mais duradoura” do que o modelo anterior. E também 11 gramas mais leve, garante a marca.

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A grande novidade deste modelo é a câmara interior para videochamadas ou selfies de quatro megapíxeis. Numa tentativa de inovação, a marca pôs a câmara debaixo do ecrã. Na prática, esta ainda está visível: há um buraco no ecrã que tem menos definição e, debaixo, está colocada a câmara escondida. Ao Observador, José Correia, diretor ibérico de marketing da marca, explica que “a tecnologia está a evoluir”. “Tecnicamente, o que fizemos com aquela câmara foi reduzir o número de pixeis do ecrã nessa área para que consigamos ter uma câmara com o mínimo de qualidade”, adianta.

De acordo com o responsável, isto acontece porque é preciso “garantir o mínimo de luminosidade a entrar”. “Temos de deixar uma parte do ecrã sem pixeis”, assume. Porém, José Correia assume que, da mesma da mesmo forma que os entalhes e furos nos ecrãs passaram a ser despercebidos para os utilizadores, este truque para esconder a câmara vai elevar a “experiência” de um ecrã canto a canto.

Outra das novidades deste ano quanto ao Fold é que vai passar a ter compatibilidade com as S Pen, as canetas digitais da Samsung que permitem escrever nos ecrãs. Por outras palavras, mesmo sem Note, este ano os fãs da marca vão poder ter um novo smartphones no qual podem escrever digitalmente. O ZFold vai estar disponível em três cores — verde, cinzento e branco — e tem um preço inicial de 1.859 euros para a versão de 256GB de memória interna.

O ZFlip 3 5G quer chegar a mais pessoas

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A outra estrela da apresentação foi o dobrável ZFlip 3 5G. No fundo, a Samsung continua a querer dobrar os smartphones como os conhecemos e torná-los mais apelativos. “Um telefone compacto com pendor para a selfie”, refere a marca. O ZFlip 3 melhora em quase tudo aquilo que os antecessores já ofereciam. Além disso, como diz o nome, o destaque continua a ser o ecrã tátil dobrável de 6,7 polegadas.

À semelhança de modelos anteriores, quando este smartphone está fechado há também um pequeno ecrã frontal. Agora tem 1,9 polegadas para permitir um acesso rápido a aplicações e chamadas. Além disso, o telemóvel tem uma câmara frontal para selfies de 10 megapíxeis e duas lentes traseiras de 12. Outra das novidades é que o ecrã tem uma taxa de atualização de imagem de 120hz. Explicando de forma simples, a imagem parece mais fluida enquanto percorre ou vê conteúdos no visor. A autonomia deverá ser igual à dos últimos ZFlip, tendo o ZFlip 3 uma bateria de 3,300 mAh.

À semelhança do Fold, este novo modelo funciona com as redes 5G. De acordo com a marca, “há um esforço em baixar os preços”. Contudo, o valor do Flip 3 continua a não ser para qualquer carteira: 1.099 euros para a versão inicial, com 128GB.

Novos Buds para silenciar o som e smartwatches com software da Google

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A Samsung aproveitou este evento para divulgar também novos wearables (tecnologia que se veste). Assim, apresentou os Galaxy Watch4 Classic e Watch4 (a diferença é que o clássico tem um cursor rotativo, distintivo da marca), e os Galaxy Buds 2. Como havia sido anunciado, estes smartwatches vão utilizar o sistema operativo Wear OS, da Google. Até agora, a empresa usava uma versão própria, chamada de Tyzen, mas fez uma parceria com a Google para competir mais agressivamente num mercado dominado, atualmente, pela Apple.

O Galaxy Watch4 Classic e Watch4 têm também outras novidades, como um “sensor bioelétrico” para medir a massa corporal. “Basta colocar dois dedos nos botões do relógios para medir os indicadores como massa corporal, densidade muscular”, afirma a marca. A este sensores adicionam-se outros que permitem detetar “roncos” ou o “oxigénio no sangue”, assim como novas métricas para o utilizador medir a qualidade do sono.

O novo software feito em parceria com a Google permitirá ao utilizador ver aplicações como ao Google Maps no relógio, assim como novas interações com outras app mais conhecidas, como o Spotify. A memória interna dos dispositivos é agora de 16GB, o dobro em relação a modelos anteriores. O Watch4 BT de 40mm vai custar 269 euros e o Watch4 Classic de 40 vai custar 369 euros (há uma versão mais cara, que é maior — 42m).

Quanto aos Galaxy buds2, prometem mais qualidade de som assim com um melhor cancelamento de ruído em tempo real. A empresa promete até cinco horas autonomia que, com a caixa de carregamento “passa a 20 horas”.

“Sabemos que o público português tem revelado um grande interesse por novos formatos”

José Correia, diretor ibérico de marketing da Samsung com um Zlip3 na mão

O responsável de produto da Samsung para o mercado português e espanhol afirmou que o ZFlip 3 é um smartphone para as “gerações produtoras de conteúdos”. De acordo com José Correia, e como já referimos, “há um esforço em baixar os preços” destes equipamentos com ecrãs dobráveis. “O mercado [de smartphones] que mais cresce em Portugal é acima dos mil euros”, afirma. Isto porque, diz José Correia, “sabemos que o público português tem revelado um grande interesse por novos formatos”.

Além do preço, o responsável da marca diz que com estes novos telefones foram resolvidos “alguns receios que o público em geral tinha, como a durabilidade dos equipamentos”. “Estamos a trazer inovações ao nível da resistência à agua e dos materiais mais resistentes dos vidros traseiros”, exemplifica.

Já quanto à ausência do Note, refere apenas que”neste momento”, não há novidade. “Quando tivermos novidades quanto à gama note, iremos partilhar”, promete. Mesmo assim, revela: “Podemos confirmar que, para 2021, não vamos lançar nenhum smartphone da gama Note”. José Correia nega ainda que esta decisão foi tomada devido à escassez mundial de chips. “De forma geral temos conseguido manter as linhas de produção ativas”, afirma, dizendo que “não tem havido grandes problemas”.

Todos estes equipamentos anunciados vão chegar brevemente ao mercado português. Além disso, com estes produtos a marca vai introduzir duas novas funcionalidades em de compra: “try and buy”, que permitirá “aos consumidores experimentarem [até 60 dis] o produto antes de comprar; e “Renting”, que “permite aos consumidores pagarem uma mensalidade para a utilização destes novos smartphones com a opção de upgrade passados 12 meses”, diz a marca.