O Rio de Janeiro é o atual foco da variante Delta do novo coronavírus no Brasil, com 206 casos confirmados, o que equivale a 36% das notificações da estirpe em todo o país, informou esta quarta-feira o Ministério da Saúde.

Segundo o Governo brasileiro, 570 pessoas já foram notificadas com a estirpe Delta após testes de comparação genética e 36 morreram dessa variante registada pela primeira vez na Índia e a mais contagiosa do vírus SARS-CoV-2, de acordo com especialistas.

São Paulo, o estado mais populoso do Brasil com cerca de 46 milhões de habitantes, é a segunda região em registos da variante Delta, com 96 casos. Seguem-se Brasília (75), Rio Grande do Sul (64), Paraná (54), Santa Catarina (34) e Goiás (10).

A situação no Rio de Janeiro fez soar o alarme das autoridades já que mais de metade dos casos registados no estado foram notificados em sua capital homónima e o município foi obrigado a suspender a vacinação por falta de doses de imunizantes.

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Diante da falta de resposta do Ministério da Saúde quanto ao envio de doses extras para a cidade, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, confirmou que na quinta-feira também não será possível continuar a campanha de imunização.

A situação já havia sido exposta na semana passada pelas autoridades locais e até o fórum de governadores do Brasil pediu ao Ministério da Saúde que enviasse doses extras para o Rio de Janeiro, para “evitar uma catástrofe” já que a variante Delta é altamente contagiosa e pode ameaçar o progresso do país na luta contra o novo coronavírus.

A isso soma-se a situação preocupante e a tendência de aumento de casos de Covid-19 apontado no último relatório da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), hoje divulgado.

Segundo a Fiocruz, a ocupação da camas de tratamento intensivo na cidade do Rio de Janeiro mantém uma tendência de crescimento há várias semanas.

Com 564.773 mortes e mais de 20,2 milhões de infeções, o Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia.

No entanto, os números caíram quase que diariamente nos últimos dois meses graças à campanha de vacinação realizada neste país de 212 milhões de habitantes.

Segundo dados oficiais, 51% da população já tem a primeira dose da vacina e 21% já tem o ciclo completo.

A Covid-19 provocou pelo menos 4.314.196 mortes em todo o mundo, entre mais de 203,9 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.