Há quatro anos, o grupo alemão Daimler, que controla a Mercedes e 50% da Smart, e a sua conterrânea Bosch, especializada em electrónica, decidiram unir esforços com o objectivo de conceber um veículo autónomo para transporte sobretudo urbano, capaz de prescindir do condutor. Anunciaram agora que o projecto foi encerrado, afirmando que as empresas pretendiam servir caminhos distintos no processo evolutivo.

A associação Mercedes/Bosch pretendia servir uma série de empresas, tipo Uber, que desejam continuar a proporcionar serviços de mobilidade urbana e semi-urbana, retirando o condutor da equação para baixar custos e aumentar o período de laboração, reduzindo os valores cobrados ao cliente e incrementando as margens do operador.

Isto obrigava ao desenvolvimento de uma tecnologia que permitisse ao táxi sem condutor, denominado robotáxi, demonstrar mais perícia aos comandos do que um ser humano, resolvendo os imponderáveis que surgem constantemente, deste a criança que salta para a frente do carro atrás da bola, ao condutor distraído que faz marcha-atrás mesmo quando se aproxima um veículo. Já para não falar das obras na via pública mal sinalizadas.

Bosch e Mercedes não avançam explicações para o divórcio, garantindo ambas que continuam a desejar oferecer sistemas autónomos de condução em cidade, mas agora diferentes e segundo os interesses de cada uma. “Para nós, os robotáxis são apenas uma transição rumo à fase seguinte”, referiu o CEO da Bosch, Volkmar Denner. O mesmo admite, contudo, que “o desenvolvimento do robotáxi levantou problemas mais complicados do que muitos anteciparam”.

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