A Citroën surpreendeu quando, no início de 2020, apresentou um eléctrico ultracompacto destinado a revolucionar a mobilidade urbana, por oferecer mais protecção que alternativas como a bicicleta ou as trotinetas, mais independência de movimentos do que o recurso aos transportes públicos, e ainda a capacidade de transportar duas pessoas. Para cúmulo, com a promessa de ser barato e a garantia de que poderia ser conduzido por maiores de 16 anos, desde que habilitados com carta B1.
Na altura, conforme aqui escrevemos, era suposto que chegasse em Novembro passado. Derrapou nove meses, mas compensa agora com a confirmação de que os preços no mercado português fazem desta proposta uma solução de micromobilidade acessível, pois os valores arrancam nos 7350€ e, no limite, não excedem os 8710€ exigidos pelas versões de “topo”. Face aos demais veículos da marca francesa, a clivagem é ainda maior, na medida em que este quadriciclo ligeiro só vai poder ser adquirido online, com a grande novidade de acrescentar ao canal de distribuição a rede de lojas (aderentes) da Fnac, a par dos pontos de venda da própria marca. Tudo isto num esquema que visa a máxima proximidade ao cliente, a ponto de este, se assim o entender, poder solicitar a entrega do seu veículo em casa.
Com 2,41 m de comprimento, 1,39 m de largura e 1,52 m de altura, o mais pequeno dos Citroën chega a Portugal em Setembro, para entrar num território que era, até aqui, feudo exclusivo do Twizy, com a vantagem de ser “novo”, pois o rival da Renault foi introduzido no mercado em 2012.
Sucede que o Twizy só é comercializado em Portugal na sua versão mais potente, com motor de 17 cv e 57 Nm de binário, o que leva a marca do losango a propor preços a partir de 12.805€, ou seja, mais de 5000€ do que exige o Ami, porque a Renault Portugal não disponibiliza a versão que seria concorrente directa do novo quadriciclo do double chévron – o Twizy 45, com motor de 5 cv e velocidade máxima limitada a 45 km/h tal como o quadriciclo da Citroën. Em contrapartida, o Twizy 80 atinge, tal como a denominação indica, 80 km/h de velocidade máxima e anuncia uma autonomia de 70 km, superada em 5 km pelo rival francês que está prestes a chegar ao mercado português, única e exclusivamente equipado com um motor de 6 kW (8 cv), que é alimentado por uma bateria de iões de lítio com 5,5 kWh de capacidade, recarregável na tomada lá de casa em apenas três horas.
A gama foi estruturada de modo a permitir a personalização através de kits de personalização “fechados”, o que dá origem a sete Ami diferentes, quatro dos quais exigem um acréscimo de 400€ sobre o preço do Ami básico, sendo este valor correspondente aos acessórios previstos para cada pack. E é o comprador que tem de instalá-los. A denominação varia quanto à cor, sendo certo que o investimento num kit resultará num veículo mais funcional, pois só desta forma o “seu” Ami terá tapetes e, mais importante do que isso, suporte para smartphone e o compartimento que através de ligação a uma porta USB, permite ligar o smartphone à app da marca e exibir no ecrã os dados mais relevantes para a condução de um veículo eléctrico, da autonomia ao estado de carga, passando pela quilometragem, entre outros. A estes acessórios “essenciais” juntam-se ainda elementos como rede de separação central, redes nas portas, tapetes, compartimento de arrumação na parte superior do tabliê e ganchos para sacos.
Fora da lógica do “faça você mesmo”, existem dois packs mais completos que já implicam a atenção dos técnicos da Citroën, antes da entrega da viatura ao cliente, para aplicar stickers de grande formato que cobrem todos os painéis exteriores do quadriciclo e que constituem o elemento mais diferenciador das versões Pop e Vibe. O primeiro custa mais 900€ e o segundo mais 1360€, face ao Ami de entrada, com a versão de topo a incluir embelezadores de tejadilho em complemento dos alargadores dos guarda-lamas, embelezadores de faróis e reforço dos pára-choques.
A gama contempla ainda uma versão dirigida a profissionais, o My Ami Cargo, comercializada precisamente pelo valor dos kits Orange, Khaki, Grey e Blue, com a marca a avançar desde já que será possível, também neste caso, personalizar o exterior. “As frotas com menos de 10 veículos poderão, em breve, contactar o nosso parceiro para colocação do logótipo dos seus negócios na carroçaria. Para frotas com mais de 10 veículos, os reparadores Citroën podem, antes da sua entrega, pintar a carroçaria na cor pretendida, aplicar o logótipo sob a forma de autocolante ou, ainda, cobri-lo, integralmente, com as cores e mensagem da empresa”, informa a Citroën Portugal. De referir que esta opção terá um custo associado que não foi divulgado pela marca.
Em síntese, confira abaixo os preços recomendados:
Versão | Preço |
AMI AMI | 7350€ |
MY AMI Orange | 7750€ |
MY AMI Khaki | 7750€ |
MY AMI Grey | 7750€ |
MY AMI Blue | 7750€ |
MY AMI Pop | 8250 € |
MY AMI Vibe | 8710€ |
MY AMI Cargo | 7750€ |