O Governo português garante que “não há nenhum motivo para preocupação adicional” na Guiné Conacri depois de um grupo de soldados ter capturado o presidente do país, Alpha Condé. “Estamos muito atento à situação dos portugueses”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, à rádio Antena 1. ”As notícias são tranquilizadoras”.

“A comunidade portuguesa é constituída por seis dezenas de pessoas, 30 das quais trabalham para uma grande construtora portuguesa [Mota Engil], que tem obras em curso naquele país. Estão todos bem, serenos, tranquilos, protegidos, seguros”, adiantou o ministro.

Questionado se está a ser preparado algum plano de evacuação, Augusto Santos Silva respondeu que a situação não o justifica: “Estamos sempre preparados para acudir aos nossos concidadãos em qualquer parte do mundo quando os meios sejam necessários”, afirmou Santos Silva. “Não há nenhum motivo para preocupação adicional”.

Também Vítor Sereno, chefe da missão diplomática de Portugal no Senegal — acreditado para a Guiné-Conacri — tinha referido à agência Lusa que “a comunidade está tranquila e a gerir a situação”.

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Relativamente à dimensão político-militar da Guiné Conacri, Augusto Santos apela “à libertação do presidente Alpha Condé” e condena “qualquer tomada de poder pela força” e, portanto, também “este golpe militar”.

“Apelamos a todos a que seja reposta o mais rapidamente possível a normalidade constitucional e política na Guiné Conacri”, afirma Augusto Santos Silva. O ministro lembra que a instabilidade política na Guiné Conacri “existe desde o ano passado, quando o presidente Alpha Condé forçou a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato”, mas sublinha que “essa instabilidade, evidentemente, não se resolve pela força, não se resolve pela via militar, nem à margem das determinações da Constituição e da lei”.

Vários soldados guineenses anunciaram a detenção do presidente do país este domingo , afirmando que dissolveram também o governo e a Constituição. O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou à “libertação imediata” de Alpha Condé.

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